Inflação acelera para 1,24% em janeiro, maior taxa desde 2003

No acumulado em 12 meses, taxa subiu a 7,14%, muito acima do teto da meta. Resultado foi puxado por alta de 8% nas tarifas de energia.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)…

No acumulado em 12 meses, taxa subiu a 7,14%, muito acima do teto da meta. Resultado foi puxado por alta de 8% nas tarifas de energia.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 1,24% em janeiro, ante 0,78% em dezembro, informou o IBGE nesta sexta-feira. A taxa é a maior desde fevereiro de 2003, quando o índice chegou a 1,57%. Em janeiro de 2014, a taxa tinha sido de 0,55%. A estimativa média de economistas consultados pela agência de notícias Bloomberg era de 1,22%, com projeções entre 0,70% e 1,30%.

No resultado acumulado em 12 meses, a alta é de 7,14%, frente aos 6,41% janeiro a dezembro de 2014. A taxa é a mais elevada desde setembro de 2011, quando foi de 7,31%.

— A taxa de dezembro, de 0,78%, subiu para 1,24%, o que significa uma alta de aproximadamente 60%. Foi uma aceleração da inflação bastante expressiva. Os meses de janeiro geralmente registram alta do preço dos alimentos, mas este ano a seca aumentou o custo de alimentos, mas também de outros produtos importantes para o consumidor, como água e energia — afirmou Eulina Nunes, Coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Eulina também destacou os recordes registrados pela inflação em janeiro deste ano:

— Não se via uma taxa acumulada em 12 meses na casa dos 7% desde 2011, apesar de desde abril do ano passado estar na casa dos 6%. E também não se via inflação na casa de 1 dígito desde 2003.

Energia sobe mais de 8%

Apenas três grupos – Alimentos e bebidas, Habitação e Transportes – responderam por 85% do IPCA em janeiro. O preço de energia elétrica subiu 8,27% e foi o maior impacto individual na inflação de janeiro, com 0,24 ponto percentual. Entre os grupos, a maior influência veio de alimentos e bebidas, com alta de 1,48% e impacto de 0,37 ponto percentual.

Em dezembro, a energia elétrica tinha sido de 0,51%. Em 12 meses, o preço subiu 27,09% e também é o maior impacto individual na inflação, de 0,72 ponto percentual. Os preços do grupo habitação, onde está incluída energia, avançou 2,42% em janeiro, depois de aumento de 0,51% em dezembro.

Já os preços do grupo transportes subiram 1,83% em janeiro, após taxa de 1,38% em dezembro. O ônibus urbano subiu 8,02% no primeiro mês do ano, puxado pelas altas nas tarifas de Rio e São Paulo. No Rio, o reajuste foi de 11,67% e em São Paulo, de 12,67%. Também houve alta de 6,59% das tarifas de ônibus intermunicipais, de 6,59%, ao lado de aumento de 9,23% no metrô e de 8,95% no trem. O preço de passagens aéreas, por sua vez, teve deflação de 4,25%, devolvendo parte da alta de 42,53% de dezembro, por causa das festas de fim de ano.

Os grupos artigos de residência e vestuário registraram deflação em janeiro, contribuindo para amenizar a alta do IPCA no mês. O recuo dos preços foi de 0,28% e 0,69%, respectivamente. O grupo de despesas pessoais teve alta de 1,68% puxada pelo aumento de 6,89% de cigarro, de 1,50% de empregado doméstico e de 5,62% em excursão.

Analistas esperam estouro da meta no fim do ano

A menor demanda das famílias brasileiras se refletiu na deflação de artigos para casa, que inclui eletrodomésticos, e de vestuário. Embora o mês de janeiro seja de promoções do varejo, Eulina apontou que essa não foi a única razão para o resultado de janeiro:

— Essa deflação de vestuário e artigos de residência em janeiro tem a ver com as promoções da época, mas também com recuo de demanda. Já em dezembro, com as vendas de Natal, as lojas mostravam promoções.

Dos alimentos, a maior alta do mês de janeiro foi da batata-inglesa, de 38, 09%, seguida por feijão carioca, de 17,95%. O preço da carne subiu 1,55%, mostrando desaceleração frente aos 3,73% de dezembro. Em 12 meses, no entanto, o aumento do preço da carne é de 20,42%, o segundo maior impacto individual no IPCA.

Para 2015, a expectativa dos economistas é de que a inflação fique em 7,01%, acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%. A inflação acumulada em 2014 foi de 6,41%, abaixo do teto da meta do governo, resultado maior que os 5,91% registrados em 2013. Na última década, entre 2005 e 2014, a inflação avançou 69,34%.

Veja também

    Noticias

    Nervos de aço: como lidar com os sentimentos frente às tragédias

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre marca presença na maior Feira de inovação da América L...

    Veja mais
    PesquisaNoticias

    Resultados de vendas do Dia das Crianças: quase 20% dos lojistas venderam mais

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas POA é apoiador da 25ª Construsul

    Veja mais