Inflação tira o sono do brasileiro

Pesquisa aponta que a alta dos preços se torna a principal preocupação da população, à frente da violência e da saúde pública

Apesar de mostrar sinais de trégua, a volta da inflação nos últimos meses está tirando o sono do brasileiro. De fato, o aumento dos preços assusta mais do que a violência urbana, o desemprego e a situação da saúde pública, apontou pesquisa feita pelo Instituto Ipsus para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O questionário incluía a pergunta “o que faria você perder o sono?”. Do total de mil entrevistados, 26% escolheram a alternativa “a volta da inflação”, enquanto 23% assinalaram a violência urbana, e outros 20%, o desemprego. Para 10% o que assusta mais é a saúde pública. Já outros 7% temem mais o aumento de novas taxas e impostos.

– Quem viveu aqueles tempos de hiperinflação sabe como é bom viver sem ela, enquanto os mais jovens não têm essa percepção – explica o economista André Rebelo, assessor para assuntos estratégicos da presidência da Fiesp.

Na avaliação por faixa etária, a volta da inflação é o principal fator de temor para 39% dos entrevistados com mais de 60 anos. Na faixa entre 45 e 59 anos, 34% dos entrevistados deram a mesma resposta. Já entre 35 e 40 anos, 25% temem o desemprego em primeiro lugar, enquanto 23% assinalaram a volta da inflação.

O medo de ficar desempregado, apontado por 28% dos entrevistados, é a principal preocupação também entre os entrevistados com idade entre 25 e 34 anos. Para aqueles com idade entre 16 e 24 anos, o que mais tira o sono hoje é a violência, citada por 27% dos entrevistados.

Antes da crise mundial, o temor era o desemprego

A Fiesp incluiu igual questão em pesquisa feita em janeiro de 2008, antes da crise financeira mundial chegar ao país, e quando a economia brasileira ainda crescia a um ritmo bastante forte e a inflação estava em níveis baixos e sob controle. Não por acaso, o medo do desemprego foi o mais citado, por 42% dos entrevistados, enquanto a preocupação com a inflação se restringia a 13%.

– A volta da inflação, naquela época, não metia medo em ninguém, da mesma forma que hoje o desemprego deixou de ser a principal fonte de preocupação – frisa Rabelo. – O medo da volta da inflação passou a dominar a maior parcela dos brasileiros, justamente porque a taxa acumulada em 12 meses saiu de 4% para 6%.

Segundo o economista, a trajetória da inflação nos próximos meses será de desaceleração.

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