Fecomércio-RS prevê cenário socioeconômico e consumo para próxima década

O envelhecimento da população, o aumento da renda média do brasileiro e a melhoria na educação terão grande influência no comércio de bens e de serviços ao longo da próxima década. A conclusão é do…

O envelhecimento da população, o aumento da renda média do brasileiro e a melhoria na educação terão grande influência no comércio de bens e de serviços ao longo da próxima década. A conclusão é do estudo O Novo Cenário Socioeconômico e seu Impacto sobre os Negócios, divulgado pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) nesta terça-feira (24), que apresenta projeções a respeito do consumidor gaúcho do futuro e prováveis transformações nos setores envolvidos.

As mudanças observadas na estrutura etária da população, que passa a contar com uma maior participação de faixas de idade mais avançadas, principalmente de adultos jovens (entre 20 e 40 anos), influenciam diretamente nas projeções de gastos para 2020. A aquisição de veículos, por exemplo, deve representar 8,9% dos investimentos totais em bens das famílias gaúchas em 2020 (1,7% a mais do que representa hoje). Da mesma forma, deverá aumentar em 4,1% ao ano a despesa com combustíveis para veículos pessoais. Os gastos com serviços de assistência à saúde, por sua vez, devem aumentar 3,6% em função da maior quantidade de idosos na população. “O setor terciário deve estar atento à transição etária, que eleva o número de idosos no Estado e amplia a base de adultos entre 20 e 40 anos, que têm hábitos de consumo peculiares”, alerta o presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, Zildo De Marchi.

Conforme De Marchi, outro ponto fundamental da pesquisa são as previsões a respeito da pirâmide social do Estado, que apresenta uma ascensão crescente dos indivíduos mais pobres e uma distribuição mais equânime da riqueza. Até 2020, a classe C deverá representar quase 70% do total de habitantes, englobando cerca de 8 milhões de gaúchos. Já em 2013, as classes A e B somadas serão mais volumosas do que as D e E juntas – até o final desta década, a camada da população mais pobre deverá concentrar pouco mais de 300 mil pessoas, frente aos quase 3 milhões de componentes atuais. “Consequentemente, as classes A, B e C irão deter, praticamente, a totalidade do poder de compra das famílias gaúchas em 2020”, diz o estudo, mapeado a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-2009 e das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNADs), ambas do IBGE.

Elevação da renda

A renda familiar per capita no Rio Grande do Sul deve ser acrescida, em média, em 3,5% ao ano. Em relação ao PIB estadual, estima-se que chegue a R$ 300 bilhões (a preços de 2010) em 2020. “A elevação da renda e a ascensão da classe média interferem em termos de perfil de consumo. Indivíduos que antes não adquiriam determinados bens e serviços passarão a adquiri-los, e também estarão mais atentos à qualidade daquilo que consomem”, afirma o presidente da Fecomércio-RS.

Os bons presságios também incluem a educação, que deve receber mais investimentos por parte das famílias nos próximos anos e, consequentemente, gerar indivíduos mais qualificados a aumentarem sua renda. Entre os segmentos de serviços, esse é o de maior destaque em termos de elevação nos gastos: previsão de 6,8% de aumento ao ano. Televisão, Telefone e Internet aparecem em seguida, com incremento de 6,38% no período. Com isso, estima-se que indivíduos que hoje pertencem às classes D e E ascendam ao que se pode caracterizar como uma nova classe média, principal motor do consumo recente observado no Brasil. “Os níveis crescentes de educação e a consequente ampliação da renda elevam a capacidade de consumo das famílias e alteram o perfil desse consumo, tendo em vista a ascensão social de quem tem sua renda ampliada”, afirma a pesquisa, que prevê que o nível de escolaridade da população com idade superior a 25 anos chegará a 8,8 anos de estudo em 2020.

Para De Marchi, o material pode auxiliar as empresas a realizarem seu planejamento. “Qualquer empresário deseja ter a noção de como se comportará o mercado e sua demanda. Com informações desse tipo em mãos, o empreendedor aumenta a probabilidade de acerto de suas decisões de investimento e ampliação de negócios, pois antevê algumas mudanças que estão para ocorrer”, finaliza.

O estudo pode ser acessado através do link:

www.fecomercio-rs.org.br/fecomercio/novo_cenario_socioeconomico.pdf

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