A força do dinheiro vivo

Mesmo diante do acesso cada vez maior a serviços eletrônicos no país, o dinheiro continua sendo a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros. A preferência pelas cédulas pode ser explicada pelo…

Mesmo diante do acesso cada vez maior a serviços eletrônicos no país, o dinheiro continua sendo a forma de pagamento mais utilizada pelos brasileiros. A preferência pelas cédulas pode ser explicada pelo percentual dos trabalhadores que ainda recebem o salário pela moeda em papel: 55% da população. Conforme a pesquisa “O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro”, divulgada ontem pelo Banco Central, o dinheiro é a forma de pagamento mais usada por 72% dos brasileiros. Na última pesquisa, realizada em 2007, o percentual era de 82%. Em contrapartida, no mesmo estudo, verificou-se um aumento do número de contas correntes, de 39% para 51%, bem como da participação do cartão de crédito e débito – principalmente nas compras de supermercados e eletrodomésticos. Apesar do crescimento dos cartões, a força do dinheiro nos pagamentos dos brasileiros é justificada pela liquidez das cédulas no mercado brasileiro. – O dinheiro físico é aceito em qualquer transição em qualquer canto do país – aponta João Sidney de Figueiredo Filho, chefe do Departamento do Meio Circulante do Banco Central.

Aumento de renda estimula migração para os cartões

Conforme Figueiredo, a relação entre o meio circulante (dinheiro em espécie) e o Produto Interno Bruto (PIB) no país é bem menor do que no Japão e na Europa, por exemplo. Enquanto o percentual no Brasil é de 4,5%, na economia japonesa, a relação ultrapassa os 15% e na europeia os 8%. – A circulação de moeda é importante para o país. Imagine uma pane no sistema bancário em que ninguém possa sacar dinheiro – diz Figueiredo.

A presença significativa das cédulas em papel nos pagamentos dos brasileiros pode ser compreendida também pelo alto índice de informalidade no mercado trabalho. – Sem contar os problemas envolvendo a inadimplência, em que o trabalhadores preferem receber o salário em mãos sob pena de o mesmo ser bloqueado pelo banco – acredita Celso Grisi, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal.

O economista Alfredo Meneguetti Neto, da Fundação de Economia e Estatística (FEE), enfatiza que o dinheiro vivo continua sendo a principal moeda de troca principalmente pela grande massa de trabalhadores que recebe até um salário mínimo e meio. – Mas, com o aumento de renda, a migração para cartões de crédito e débito tende a aumentar – enfatiza.

Diarista na Capital, Elisabete Evangelista recebe o salário fixo mensal por depósito em conta corrente e os trabalhos extras em espécie. Mesmo assim, compra tudo com dinheiro. Foi o que fez ontem à tarde, ao escolher um modelador de cabelos, em uma loja da Azenha, em Porto Alegre. – Sempre pago à vista. E aproveito para pedir desconto – diz Elisabete.

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