Atendimento é a arma das pequenas livrarias da Capital para competir com grandes lojas

Diferencial de uma loja pequena é a presença, no balcão, de quem conhece os livros

É uma questão de ação e reação. Em um contexto no qual as megastores se apresentam como um bastantão, uma Babel de livros com estoques gigantes, a saída para as livrarias pequenas da Capital é oferecer justamente o que o gigantismo da concorrência muitas vezes não contempla: atendimento pessoal, com conhecimento de causa e fortemente ligado à vizinhança. — Construí um público fiel que frequenta a livraria como parte de um programa cultural. O cliente vem, toma um café, vai a um cinema, passa por aqui. Já tive propostas para ir para outro lugar, mas não imagino a livraria fora daqui — diz Lu Vilella, que mantém a Bamboletras no Centro Comercial Nova Olaria há 15 anos.

As condições de negociação com as distribuidoras e editoras são mais pesadas para quem atua com uma loja pequena. Os descontos são menores, e a diferença não pode ser repassada ao preço final, uma vez que a concorrência das grandes mataria o negócio.

Sobra a cartada do atendimento. Como outros pequenos livreiros ouvidos por Zero Hora, Lu ressalta que o diferencial de uma loja pequena é a presença, no balcão, de quem conhece os livros, não apenas os vende. — Eu não vendo livros só, eu os leio. O Pintor de Retratos, por exemplo, do Arturo Pérez-Reverte, li e recomendo sempre que alguém me aparece perguntando se tenho algum livro bom para indicar. Os (romances) policiais do Andrea Camilleri com o comissário Montalbano também sempre recomendo. Como trabalhamos com uma clientela fiel, o leitor confia em mim para indicar e eu sei um pouco do gosto literário dele — diz Carla Osório, sócia da Palavraria, no bairro Bom Fim.

A preocupação de encontrar seu nicho de público e a sua identidade como estabelecimento são fundamentais para a sobrevivência em tempos de competição com as gigantes e com a internet. Gustavo Ventura, da Ábaco Livros, uma das mais recentes livrarias de calçada de Porto Alegre, instalou a sua na Osvaldo Aranha, o mais próximo que pôde dos prédios da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na região.

Com a vizinhança de um público universitário, investe em obras técnicas. A Ábaco também é sebo, um setor que ganhou um impulso recente com a criação do portal Estante Virtual, um guia de sebos nos quais um comprador pode ter acesso aos acervos de mais de uma loja ao mesmo tempo.

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