Emprego: para brasileiros, referência e experiência contam mais que formação

SÃO PAULO – Os brasileiros assalariados foram contratados mais pelo fato de terem experiência e referências pessoais que pela formação escolar e técnica-profissionalizante. A percepção consta no Sips…

SÃO PAULO – Os brasileiros assalariados foram contratados mais pelo fato de terem experiência e referências pessoais que pela formação escolar e técnica-profissionalizante. A percepção consta no Sips (Sistema de Indicadores de Percepção Social) sobre o direito do trabalhador e qualificação profissional, divulgado nesta quarta-feira (19), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De acordo com o estudo, para 21,3% dos 2.770 entrevistados, a contratação ocorreu devido às referências pessoais. Outros 23,1% acreditam que a experiência na atividade foi o principal fator. E 12,4% acreditam que a contratação foi concretizada devido à formação escolar e técnico-profissionalizante. A pesquisa ainda mostra que a entrevista ou o exame escrito ou concurso foi decisivo para a contratação, ao passo que a maior parte dos entrevistados (25,8%) afirmou que nenhum exigência foi feita para a contratação. Os pesquisadores do Ipea ressaltam, no entanto, que considerando a experiência com a formação, o percentual de respostas alcança os 35,5%.

Formação teórica

A pesquisa ainda mostra que a formação teórica (escolar e técnica-profissionalizante) teve mais peso nos processos seletivos de empresas do setor Administração Pública. A resposta foi citada por 19,3% dos empregados desse segmento. Na Indústria e Construção Civil, 15,1% dos assalariados afirmaram que a formação pesou na hora de serem contratados, ao passo que essa exigência foi a principal entre os profissionais do setor de Comércio e Serviços. Já na área Agrícola/Pecuária, a formação não tem qualquer representatividade.

Dos empregados formais, a formação foi a exigência principal para 15,1%. Entre aqueles que não têm carteira assinada, apenas 6,2% acreditam que esse quesito pesou na contratação. Dos contratados com segundo grau completo ou com maior nível de escolaridade, a percepção é de que a formação pesou mais: 19,5% pensam assim. Daqueles com até o primeiro grau completo, 4,6% acreditam que esse quesito foi a principal exigência.
A percepção de que a formação foi importante durante o processo seletivo também é maior entre aqueles de maior renda: 18,3% dos assalariados com renda acima de cinco salários mínimos acreditam que a exigência foi a principal para a contratação, ao passo que 11,4% daqueles com renda entre dois e cinco mínimos têm a mesma percepção. Entre aqueles com ganhos de até dois salários mínimos, apenas 8% afirmaram que a formação teórica teve peso durante o processo seletivo.

Direitos trabalhistas

A pesquisa também abordou a percepção que os trabalhadores têm sobre os seus direitos. E constatou que há uma distinção dessa percepção entre os formais e os informais. Entre aqueles com registro em carteira, 70,6% realizam horas-extras habitualmente, ao passo que, entre os informais, o percentual sobe para 91,3%. O percentual daqueles que recebem pelas horas trabalhadas a mais atinge 89,4% entre os formais e 78,6% entre os informais.
Considerando a jornada de trabalho, também há discrepância: 52% dos formais trabalham de 40 horas a 44 horas por semana, ao passo que entre os informais o percentual atinge 32,6%. Jornadas acima de 44 horas semanais são cumpridas por 38,7% dos informais e por 33,8% dos formais. Períodos menores, de até 39,9 horas, são realizados por 14,2% dos formais e por 28,7% dos informais.

O Ipea também sondou a percepção dos trabalhadores a respeito da segurança do trabalho e constatou que 37,2% dos trabalhadores formalizados enfrentam situações que colocam sua saúde em risco ou mesmo sua vida em perigo. Entre os informais, o percentual cai para 18%.
Pelo perigo corrido, 43,2% recebem adicional de insalubridade ou de periculosidade em seu salário, considerando os trabalhadores com carteira assinada. Dos informais, apenas 13,8% recebem o adicional.
A discriminação e o assédio moral e sexual também foram abordados na pesquisa. Apenas 8,3% dos profissionais formalizados afirmaram que na empresa onde trabalham existem casos de discriminação. Dos informais, apenas 5,6% afirmaram que esses casos ocorrem na empresa.
Quando o assunto é assédio moral ou mesmo sexual, o percentual cai ainda mais: 4,9% dos formais e 0,9% dos informais disseram que os chefes praticam esses atos na empresa.

Veja também

    Noticias

    Nervos de aço: como lidar com os sentimentos frente às tragédias

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre marca presença na maior Feira de inovação da América L...

    Veja mais
    PesquisaNoticias

    Resultados de vendas do Dia das Crianças: quase 20% dos lojistas venderam mais

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas POA é apoiador da 25ª Construsul

    Veja mais