BC de Dilma age para frear real

De olho em negócios que valorizam o real, o Banco Central (BC) anunciou ontem medida para forçar a compra de dólar, dois dias depois que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, advertiu que o governo não…

De olho em negócios que valorizam o real, o Banco Central (BC) anunciou ontem medida para forçar a compra de dólar, dois dias depois que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, advertiu que o governo não deixaria a moeda “derreter”. Especialistas projetam valorização gradual da moeda americana, que poderia recuperar o patamar de R$ 1,80.

Portaria baixada ontem pelo BC estabelece que bancos com mais de US$ 3 bilhões ofertados no mercado futuro – chamados de “vendidos” no jargão financeiro – terão de recolher 60% do valor excedente ao Banco Central, em espécie e sem remuneração a partir de 4 de abril. Segundo o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Luis Mendes, a medida é preventiva, para evitar que uma hipotética alta externa do dólar comprometa o equilíbrio dos bancos “vendidos”. Mas admitiu que, ao gerar demanda pela moeda americana no Brasil, deve “fazer com que a cotação suba”. Caso todas as 35 instituições nessa situação se adaptem para evitar o recolhimento, projetou Mendes, o total das posições vendidas deve cair de US$ 16,8 bilhões para US$ 10 bilhões. – O objetivo do BC não é arrecadar compulsório, é fazer com que os bancos se enquadrem e reduzam as posições vendidas, para que o preço do dólar deixe de ser manipulado e busque valor mais próximo da realidade, entre R$ 1,80 e R$ 1,85 – avaliou Sidnei Nehme, da corretora de câmbio NGO.

Para Nehme, ao fazer leilões de dólares superiores às necessidades, o BC induzia o acúmulo de posições. A meta, sustenta o especialista, era usar o câmbio apreciado para ajudar a controlar a inflação, já que importados baratos desencorajavam reajustes de preços. – Quando os bancos ficam vendidos, trabalham para apreciar o real. Este governo, diferentemente do anterior, mostra que vai controlar a inflação a partir das causas, e não das consequências. No cenário anterior, tínhamos um ambiente em que o governo gastava muito e consumo estava muito aquecido, o que era combatido com juro alto e real apreciado – acrescenta Nehme.

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