Para economista, reajuste do salário mínimo em quase 9% trará disfunção ao mercado de trabalho

O salário mínimo nacional não atinge a maior parcela da população assalariada do país – são cerca de 30% dos empregos formais. Contudo, um aumento salarial determinado para o mínimo de forma…

O salário mínimo nacional não atinge a maior parcela da população assalariada do país – são cerca de 30% dos empregos formais. Contudo, um aumento salarial determinado para o mínimo de forma desatrelada à capacidade do mercado pode ter como consequência ao trabalhador uma maior dificuldade para entrar no mercado formal de trabalho. Outro efeito se dá pelas demissões geradas em razão de o encarecimento da mão de obra ser superior à capacidade dos negócios, já que se corre o risco de o percentual de reajuste não representar o crescimento observado na economia do país.

Para 2010, o governo federal anunciou que o salário mínimo será reajustado em 8,75% (INPC do período, 3,54%, mais o crescimento do PIB de 2008, 5,08%), passando para um valor de R$ 505,90. Mas segundo o economista da Fecomércio-RS (Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do RS), Pedro Ramos, a distorção gerada por este valor pode ser mais maléfica aos trabalhadores do que se espera. “Aumentos dessa natureza prejudicam diretamente aqueles que possuem os menores salários, pois é nesse nicho que se corre o risco de acontecerem demissões. Além disso, é criado um efeito de distanciamento ainda maior entre o mercado formal e o mercado informal, já pela informalidade é possível que se busquem trabalhadores dispostos a receberem um salário menor, com regras mais flexíveis, o que gera um incentivo a este grupo”, explica Ramos.

Conforme o economista, ao receber a notícia do novo salário mínimo de 2010, os empresários tendem a pensar em novas formas de automatização do trabalho, o que substituiria o trabalhador. “As empresas também acabam reavaliando suas possibilidades de investimento. É preciso analisar se esse aumento nos custos pode ser comportado pela lucratividade da empresa”, diz Ramos. Segundo o economista, os mais atingidos por este encarecimento da mão de obra são justamente os jovens entre 16 e 24 anos, que têm a sua entrada no mercado de trabalho formal postergada.

Veja também

    Noticias

    Nervos de aço: como lidar com os sentimentos frente às tragédias

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre marca presença na maior Feira de inovação da América L...

    Veja mais
    PesquisaNoticias

    Resultados de vendas do Dia das Crianças: quase 20% dos lojistas venderam mais

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas POA é apoiador da 25ª Construsul

    Veja mais