O que falta para recuperar o Centro

Três semanas alimentaram a esperança de que o centro de Porto Alegre pode recuperar seus dias de glória. Livre desde o dia 9 dos 800 ambulantes que atravancavam as ruas, o bairro voltou a respirar. A…

Três semanas alimentaram a esperança de que o centro de Porto Alegre pode recuperar seus dias de glória. Livre desde o dia 9 dos 800 ambulantes que atravancavam as ruas, o bairro voltou a respirar. A revolução foi obtida com a transferência dos camelôs para o recém-inaugurado Centro Popular de Compras, na Rua Voluntários da Pátria. De um dia para o outro, frequentadores redescobriram o prazer de usufruir e circular pela área. Animados com a mudança, urbanistas e consultores defendem novas intervenções para amplificar a transformação.
A alteração, no entanto, não se resolve com a transferência dos ambulantes. Sete questões foram apontadas como essenciais por especialistas consultados por Zero Hora: mobilização da sociedade, moradia, acesso a automóveis, manutenção, Cais do Porto, atração de negócios e transporte público. A região precisa voltar a ser convidativa para moradores e investidores. Na década de 80, a população do Centro foi reduzida em cerca de um terço.

Fiscais e Brigada Militar realizam trabalho preventivo
A remoção dos ambulantes curou uma chaga que estava aberta no Centro havia mais de duas décadas e que era apontada como uma das principais razões para a degradação da região. Eles começaram a se espalhar pelas ruas mais movimentadas ainda nos anos 70, até chegar a 800 autorizados pela prefeitura. A eles, somava-se um número estimado de até 2 mil irregulares. Enquanto os camelôs acampavam nos pontos mais cobiçados, redes tradicionais de lojas faliam ou fechavam as portas para se instalar em shopping centers. O secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio, Idenir Cecchim, acredita ser possível reverter a tendência. Ele afirma que a Vigário José Inácio, primeira rua de onde saíram os ambulantes, ainda em 2006, já mudou de cara: – Apenas a loja que se instalou no antigo cinema Carlos Gomes oferece mais empregos do que o total de camelôs que havia ali antes. O mesmo já está acontecendo na Rua da Praia. Cecchim está convencido de que o esforço só vai funcionar se a fiscalização for capaz de impedir o regresso de camelôs. Cerca de 40 fiscais, apoiados pela Brigada Militar, estão fazendo diariamente o trabalho preventivo. A novidade é que parte dos fiscais do município anda com roupas discretas. Desde a inauguração do Camelódromo, essa política já permitiu 200 apreensões de mercadorias irregulares. A atuação de ambulantes agora está restrita a pessoas que abordam os pedestres com a oferta de produtos, escondidos na roupa ou em outros pontos.

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