Nota de R$ 1 vira raridade
Se você sente falta das cédulas de R$ 1 na hora de pagar uma compra no supermercado ou a conta no restaurante, não estranhe. O gradual sumiço das tradicionais notas com o beija-flor estampado se deve a uma…
Se você sente falta das cédulas de R$ 1 na hora de pagar uma compra no supermercado ou a conta no restaurante, não estranhe. O gradual sumiço das tradicionais notas com o beija-flor estampado se deve a uma decisão do Banco Central (BC), que até 2011 deve concluir a substituição total por moedas de R$ 1.
O motivo da troca é a intenção do BC de reduzir os custos com a fabricação de dinheiro. Por terem um valor baixo, as notas de R$ 1 circulam mais, o que aumenta o desgaste e reduz a vida útil da cédula a uma média de 13 meses. Por isso, o banco optou pelas moedas, que, mesmo tendo custo de produção mais de 180% superior, têm vida útil estimada em 20 anos.
O processo foi iniciado em março de 2006, quando a Casa da Moeda confeccionou o último lote de cédulas de R$ 1. De lá para cá, as notas em mau estado vêm sendo recolhidas pelo BC e substituídas por moedas, o que justifica a queda no número dessas cédulas em circulação. Em abril de 2004, eram 525,4 milhões. Ontem, eram apenas 191,9 milhões, redução de 63,5% na quantidade dessas cédulas no mercado. No mesmo período, o número de moedas com igual valor à disposição dos brasileiros subiu de 484,9 milhões para 1,28 bilhão.Segundo a assessoria de imprensa do Banco Central, não há um prazo definido para o término do recolhimento e nem uma data limite para que as cédulas continuem valendo. No entanto, se mantido o atual ritmo, a nota do beija-flor não deve superar o ano de 2011. Somente em 2008, foram recolhidas 90 milhões, o que corresponde a metade das que ainda circulam.
Quatorze anos depois de lançadas, as notas de R$ 1 já não têm o mesmo poder de compra de julho de 1994, quando o real entrou em circulação. Segundo José Antonio de Seixas, economista do Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe) da UFRGS, R$ 1 hoje equivale, em Porto Alegre, a apenas R$ 0,27 de 1994, praticamente um quarto do valor inicial.
Mesmo depois de sair das ruas, as notas de R$ 1 não devem ganhar valor entre os colecionadores, segundo Adelanio Ruppenthal, presidente da Sociedade Gaúcha de Numismática. O dirigente explica que, como muitos colecionadores já guardaram exemplares dos últimos lotes, deve haver uma oferta muito grande entre os especialistas. Mesmo assim, há notas de R$ 1 consideradas raridades que podem valer até R$ 150, como é o caso de um lote que saiu com erro de numeração em 1996.