Varejo terá que conviver com consumidor mais cauteloso

“O maior desafio das redes varejistas neste momento de crise será adequar sua estratégia sem comprometer a confiança do consumidor e a credibilidade de sua marca”, explicou o professor Juracy Parente, coordenador do Centro de Excelência em Varejo da FGV-EAESP/GVcev, durante o 1º Congresso Latino Americano de Varejo, realizado na semana passada pela Fundação Getulio Vargas.

O tema do evento era “Varejo em mercados emergentes: desafios e perspectivas”. Nem é preciso dizer que a crise econômica global permeou as discussões entre empresários e acadêmicos.

Consumidor exigente
De acordo com Parente, o cenário de crises irá exigir dos varejistas um maior empenho para satisfazer as expectativas dos consumidores e promover a satisfação da compra, já que as pessoas estarão mais cautelosas e irão consumir menos.

“O consumidor está mais cauteloso e só vai comprar se tiver muita segurança de ser atendido em suas expectativas”, ressalta. Isso inclui, segundo ele, não apenas a qualidade dos produtos e serviços, como também a excelência do atendimento, a ambientação das lojas e a gestão profissional.

Ainda em sua opinião, o setor vive hoje uma divisão muito clara entre as empresas que se preocupam em adequar seus preços às camadas de menor poder aquisitivo e aqueles empenhados em agregar valor aos produtos e incrementar a satisfação do cliente na experiência da compra.

“A crise vai exigir maior atenção, para criar um clima menos desfavorável ao consumo”. Mesmo assim, ele acredita que o varejo de baixa renda será favorecido, mas apenas num primeiro momento. Economistas têm dito que a crise global acarretará aumento da inflação e restrição do crédito no País. As empresas devem se preparar para o que vem aí.