Mudanças na língua e na vida

Presidente Lula assina hoje o Acordo Ortográfico da língua portuguesa que muda as regras de escrita do idioma a partir de 1 de janeiro de 2009 e estabelece um período de transição até 2012

Sob a égide de Machado de Assis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina hoje um decreto que muda a grafia da língua portuguesa a partir de 1º de janeiro. Até o final de 2012, o país viverá um período de transição em que serão válidas a atual e a nova regra. Ao promulgar o Acordo Ortográfico, o Brasil dá o seu passo para unificar a escrita de mais de 200 milhões de pessoas que se comunicam por meio da quinta língua mais falada do mundo.

Ocenário para assinatura do decreto demonstra a importância deste processo para o país e o governo. No dia em que comemora o centenário da morte de seu primeiro presidente, Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras abre suas portas para acolher e referendar os novos caminhos da língua de Camões e, claro, de Machado.

Com várias alterações, que vão desde o número de letras no alfabeto até as regras do hífen, a reforma irá atingir a vida de muitos brasileiros. Profissionais e estudantes que lidam com as letras terão de se adaptar rapidamente aos novos parâmetros.

Em algumas semanas, o Ministério da Educação começará uma campanha publicitária para chamar atenção às mudanças e expandir o conhecimento sobre as normas, que entram em vigor no dia 1º de janeiro de 2009. Os primeiros a ter de se adaptar serão as publicações do governo federal. A expectativa é de que os órgãos de imprensa também sejam pioneiros.

Os precursores no Brasil, no entanto, foram as editoras de livros. Elas tiveram de redirecionar investimentos milionários e fazer contratações de revisores para atender à nova demanda. Como não existem ainda corretores ortográficos nos computadores, o trabalho precisa ser feito manualmente.

A Microsoft, maior fabricante de software do planeta, já começa a se mexer. Eduardo Campos, gerente de produtividade da empresa, afirma que, após o anúncio do decreto, a Microsoft iniciou o processo de atualização dos seus programas, que deverão estar à disposição em breve no mercado.

Maiores mudanças ficarão com o português lusitano

Os lingüistas garantem que as alterações só irão mexer em pouco menos de 0,5% do vocabulário dos brasileiros. O presidente da Comissão de Língua Portuguesa do MEC, Godofredo de Oliveira Neto, explica que as maiores mudanças ficarão com os países que falam o português lusitano:

– Os portugueses terão de se adaptar mais e se aproximarão mais do jeito que escrevemos aqui. Cerca de 1,4% das palavras deles ficarão diferentes.

Com essa renovação, os países que falam o português oficialmente pretendem tornar mais forte a língua no cenário internacional. A ONU, por exemplo, precisa hoje, em algumas situações, fazer dois tipos de documentos oficiais quando se comunica em português.

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