Sebastião Melo afirma a entidades que quer ser o prefeito das parcerias público-privada

O pré-candidato à Prefeitura de Porto Alegre falou para as diretorias do Sindha, Sindilojas Porto Alegre e CDL Poa, em café da manhã nesta terça-feira, 07 de junho

Um prefeito que quer a cooperação e integração entre o poder público, privado e sociedade. E que não quer fazer promessas, mas assumir compromissos. Assim Sebastião Melo se apresentou aos representantes de entidades do comércio, varejo, hospedagem e alimentação de Porto Alegre, que participaram na manhã desta terça-feira (7), do primeiro café da manhã com candidatos à Prefeitura realizado pelo Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (SINDHA), peloo Sindilojas Porto Alegre e pela CDL POA. É a primeira vez que as entidades se reúnem para apresentar em conjunto as pautas de suas categorias aos candidatos. Participaram, ainda, como convidados, representantes da Fecomércio-RS, Seprorgs, Sulpetro, Setcergs, Secovi-RS e AGAS.

 “Acreditamos que, unidos, nossas propostas ganham mais legitimidade. Fortalecemos nossos pensamentos e ideias para o que consideramos importante para o comércio e turismo de Porto Alegre. Também queremos ressaltar que nosso entendimento é de sermos propositivos e parceiros do próximo prefeito, porque criticar é fácil. Contribuir com ideias é o desafio. Estamos aqui para contribuir com ideias”, destacou o presidente do Sindha, Henry Chmelnitsky, ao entregar para Melo o caderno de propostas das categorias, contendo cinco temas principais e sensíveis aos setores: Construção de um centro de convenções em Porto Alegre; revitalização do Cais Mauá; revitalização do Centro Histórico; combate ao comércio irregular; e colaboração das entidades na escolha dos secretários de Comércio Turismo, SMIC e SMOV.  “Queremos secretários comprometidos com o sucesso do varejo, comércio e turismo”, complementou Henry.

Com posições firmes, Melo respondeu a todos os questionamentos. Sobre o comércio ilegal, ele acredita que o combate se dará através da criação de empregos e isso se viabiliza com economia forte, atração de empresas e negócios. “Gente empregada tende a não ir para o comércio irregular”, acredita.

Sobre o centro de convenções, ele é favorável e avalia que o ideal seria construí-lo com a concepção do poder público, mas sem a gestão pública. "Quero ser o prefeito das parcerias público-privada". E ponderou sobre a sua localização, indicando que o centro de eventos deveria fazer parte do quarto distrito, ajudando a alavancar a área, junto com outras iniciativas. “Aquele local tem que ser um laboratório de novas ideias e temos que dar condições para isso. O centro de convenções precisa estar próximo de lá”, disse.

A revitalização do Cais Mauá ganhou atenção especial, com um resgate de todos os debates travados em governos anteriores até a situação atual. “Fizemos a modelagem, as licenças, audiências públicas e votação do projeto. O que devemos fazer agora, rasgar tudo ou acelerar?” questionou Melo. Para o candidato, é preciso abrir o jogo do que está acontecendo porque, segundo ele, não é o poder público que está faltando nesse processo.  

Já sobre a revitalização do Centro Histórico, ele diz que ela já começou, com novo calçamento e iluminação, mas que é preciso avançar.

Apesar de não fazer parte das responsabilidades da Prefeitura, o tema da segurança pública não foi esquecido. Neste item, não faltou críticas ao Governo do Estado que, segundo Melo, tem dificultado a renovação do convênio histórico que a Prefeitura sempre teve com a Brigada. “Estou chateado com esse assunto e vou pessoalmente falar com o Sartori”, informou.

Paulo Kruse, presidente do Sindilojas Porto Alegre, colocou as entidades à disposição para ajudar nesta empreitada. “Vamos juntos cobrar para que assinem logo esse contrato”, comentou ele ao lembrar que esse era o papel das instituições. “Trabalhamos pelo bem comum, de sermos propositivos. Vamos incrementar essa união de cobrar o poder público porque estamos cansados de só pagar a conta. Nós e os consumidores. Com união, força e pressão, vamos cobrar”, enfatizou.

Ainda sobre segurança, se for eleito, Melo quer criar um fundo municipal de segurança e integrar cada vez mais as forças policiais. “São vários fatores que fazem a segurança. Depende de inteligência”, avalia. E sugeriu, ainda, que as entidades façam um debate com todos os candidatos somente sobre a segurança. “É um tema que não é simplista. Precisa de aprofundamento de ideias”.

Melo respondeu ainda sobre a regulamentação dos food trucks, que na avaliação dele precisa de mais fiscalização; sobre o sistema de transporte público, que para ele precisa ser cada vez mais integrado; sobre a necessidade de melhorias para liberação de alvarás; e sobre a regulamentação do Uber. Neste tema ele disse que não era somente a favor do Uber, mas de todas as tecnologias de compartilhamento. “O compartilhamento hoje tem que se estender. A cidade tem que avançar nesta questão, não só do Uber. Tenho muito respeito pelos taxistas, mas eles têm que compreender que o mundo mudou”, respondeu.

Também não faltaram críticas ao governo federal ao responder sobre a ocupação da rede hoteleira, que vive sua pior crise em 40 anos. Para Melo, a razão primeira para baixa ocupação dos hotéis se deve a economia, que foi “ladeira abaixo”. “Foi irresponsabilidade graúda, que fizeram”, disse ele ao complementar que o Brasil precisa rapidamente recuperar sua economia. “Os municípios dependem muito do Governo Federal”.

Neste ponto, o vice-prefeito foi contestado pelos representantes da rede hoteleira, que também depositam os prejuízos do setor na falta de investimentos no turismo. “Temos proprietários se desfazendo de patrimônios para manter seus negócios. Muitos já fecharam. É urgente pensar em uma política de turismo para a cidade”, disse o presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre, Carlos Henrique Schmidt, sobre a realidade do setor.

Se for eleito, Melo disse querer remodelar a máquina pública com a participação de toda a sociedade. Usando como exemplo o temporal do dia 29 de janeiro deste ano, no qual assumiu a gestão da cidade, que ele indicou como quer governar.  “O exemplo do dia 29 foi o mais extraordinário que tive. Fizemos uma grande mesa, cuja ordem era não colocar a culpa em ninguém e sim enfrentar o problema. É assim que enxergo. Pode-se governar com parte dos partidos, mas para avançarmos, todas as áreas precisam estar juntas”.

Neste ponto, o presidente do CDL POA, Alcides Debus, reforçou a necessidade de um prefeito parceiro nas iniciativas empresariais, citando ações realizadas em conjunto pelas entidades, como o Brilha Porto Alegre. “Viu um grande comandante no dia 29, quando ocorreu o temporal. É essa atitude que queremos e um prefeito que continue nos apoiando”.

Sobre a carga pesada de impostos, o pré-candidato sinalizou a possibilidade de redução, desde que a gestão municipal tenha um “gatilho responsável”, como uma cláusula determinando um prazo para aumento na arrecadação. “Se dentro daquele prazo a arrecadação não aumentar, revertemos o imposto”, sugeriu.

Para encerrar, o presidente do Sindha, Henry Chmeniltsky afirmou que todos apoiavam o desafio do debate da segurança. “Vamos proporcionar esse momento para acabar com a demagogia”. E reforçou a necessidade do centro de convenções para alavancar os negócios do setor. “A criação de uma PPP para a criação de um centro de eventos é urgente. A cidade não pode esperar mais”, finalizou.

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