As urnas e o cenário de 2018
Com perspectiva positiva, o ano que se inicia tem tudo para trazer bons resultados para o varejo e para o País
Depois de dois anos consecutivos (2015-16) de contração da economia – algo que não ocorria desde o início da década de 1930 –, o ano de 2017 trouxe uma boa notícia: o fim da recessão. Porém, não foi “só” isso que 2017 deixou de herança para este ano. A queda da inflação, que permitiu uma redução expressiva dos juros para patamares historicamente baixos, foi outro legado importante. Também a redução do endividamento das famílias no período recessivo, que permite projetar um crescimento do consumo, foi provavelmente o carro-chefe da recuperação da economia.
Neste 2018, como já ocorreu nos últimos meses de 2017, o aumento do emprego será outro fator relevante na retomada. A postura contida dos bancos deverá ser atenuada, aos poucos, dando espaço a um maior apetite na concessão do crédito. Por fim, mas não menos importante, a confiança de empresários e do consumidor avançou. Tudo isso sinaliza uma perspectiva positiva para o ano que se inicia, mesmo com as idas e vindas de reformas relevantes para o País, tão necessárias para o ajuste das contas públicas e para um crescimento mais consistente nos anos que virão.
Por outro lado, cumpre lembrar que 2018 é um ano eleitoral e, como se sabe, a volatilidade do cenário político inspira cautela. O mercado como um todo antecipa os cenários e, assim, dependendo do perfil do candidato que ora se apresentar como favorito nas pesquisas, e mesmo da alternância de favoritos, poderá mexer com a perspectiva econômica. Portanto, pode-se dizer que a economia tem tudo para apresentar um bom desempenho em 2018, desde que o cenário político, sempre tão
imprevisível, permita.
Alexandre Englert Barbosa – Superintendente de Riscos e Economia do Banco Cooperativo Sicredi
O conteúdo faz parte da Conexão Varejo, publicação mensal do Sindilojas Porto Alegre. Quer ler a revista completa? Clique aqui.