Preferência por hábitos saudáveis e sustentáveis cresce entre os consumidores
De acordo com o estudo, mais da metade dos clientes preferem produtos naturais, orgânicos, terapêuticos ou à base de ervas e não poluentes.
A busca por saúde, qualidade de vida e bem-estar vem modificando o comportamento dos consumidores. Atualmente, a cada dois compradores, um dá preferência para produtos naturais, que causam menos impacto ao meio ambiente. É o que mostra uma pesquisa recente sobre cuidados pessoais, realizada pela Kantar Worldpanel. A preocupação com o que é natural, saudável e sustentável não é mais exclusiva de um perfil específico de pessoas. Ela se espalha cada vez mais e já é critério de escolha de boa parte dos compradores.
De acordo com o estudo, mais da metade dos clientes preferem produtos naturais, orgânicos, terapêuticos ou à base de ervas e não poluentes. No segmento de maquiagens, por exemplo, o objetivo é parecer natural, com produtos leves e sustentáveis. E os brasileiros se destacam, já que são os mais engajados, conforme o levantamento. Por aqui, 57,7% dos entrevistados disseram que a preservação da natureza é uma importante motivação na hora de consumir, percentual maior que o registrado entre europeus (51,9%) e norte-americanos (43,1%).
O movimento que defende a redução do uso de plástico e o reúso ou o reaproveitamento de itens que seriam descartados está intimamente relacionado com essa busca pelo natural. Em função disso, matérias-primas como madeira (de reflorestamento, claro), lã, algodão e metal passam a ser cada vez mais valorizadas, enquanto os bens produzidos com plástico têm sido cada vez mais questionados. Seguidoras e promotoras dessa tendência, a marca gaúcha Sall – que produz roupas de seda, algodão, linho e lã – e a Mapeei – loja paulista com produtos que ajudam a adotar uma vida sem geração de tanto lixo – são reflexo disso.
Menos é mais
Valorizar o consumo consciente e sustentável é a proposta central da Sall, uma marca de roupas femininas feitas apenas de fibras naturais – seda, algodão, linho e lã. “Temos o propósito de inversão da lógica de consumo. Para nós, menos é mais”, explica a proprietária, Paula
Azevedo. Por isso, a produção é voltada para modelos básicos – peças sem estampas e de cores neutras –, para mostrar às pessoas que é possível realizar muitas combinações com poucas peças. Além disso, o caimento das roupas é clássico, evitando que se perca a modernidade de acordo com o calendário da moda. “Acreditamos que as mulheres que compram Sall querem consumir moda de forma consciente, pois entendem que, a cada peça comprada, estão mudando o mundo, mesmo que sejam passos de formiguinha”, completa Paula. Fundada há dois anos, a marca é vendida no Coletivo 828 (Rua Visconde do Rio Branco, 828, bairro Floresta) – local que reúne diversas marcas autorais em Porto Alegre –, em Caxias do Sul nas lojas Magnabosco e pelo e-commerce Mais Alma.
Zero desperdício
Em São Paulo, a geógrafa – e agora empreendedora – Lívia Humaire encarou uma proposta ousada: criar a primeira loja zero lixo do Brasil. O espaço, chamado Mapeei – Uma Vida Sem Plástico, fica no número 1524 da tradicional rua Augusta. Lá, ela oferece uma variedade de produtos que não geram lixo após a utilização – como cosméticos em barra, absorventes de tecido, garrafas reutilizáveis, potes de vidro, talheres e guardanapos para comer na rua, etc. A ideia ganhou corpo após uma viagem pela Europa, onde encontrou diversos comércios com a proposta de reduzir ao máximo o uso de plástico e embalagens. De volta ao Brasil, buscou conceber um local que sirva como um catalisador desse modo de vida, inspirando cada cliente a produzir menos resíduos. “Quero que a loja dê conta das necessidades mais integrais quanto à redução de lixo”, explica Lívia.
Dicas simples para sua loja ser mais amiga da natureza
Embalagens: pergunte aos seus fornecedores quais produtos podem ser enviados sem plástico.
Sacolas: substituir sacolas de plástico por sacolas de tecido.
Utensílios reutilizáveis: se sua loja oferece café, água ou petiscos aos clientes, deixe à disposição copos reutilizáveis em vez de descartáveis. O mesmo vale para talheres e guardanapos.
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