Conexão Varejo: confira entrevista exclusiva com o novo governador do Estado, Eduardo Leite

Leite falou sobre as medidas que devem ser tomadas durante o seu governo em relação à economia, privatização de empresas, segurança pública e funcionalismo público. 

Há poucos dias no comando do Estado, Eduardo Leite, aos 33 anos, é o novo governador do Rio Grande do Sul. Apesar de ser o mais jovem gestor estadual eleito em 2018, o político do PSDB já foi vereador (2008-2013) e prefeito (2013-2016) de Pelotas, onde nasceu. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pelotas, estudou Gestão Pública na Universidade de Columbia (EUA) e faz mestrado em Gestão e Políticas Públicas na Fundação Getulio Vargas.

Leite concedeu entrevista para a revista do Sindilojas Porto Alegre, Conexão Varejo, e este conteúdo você confere abaixo:
 

Quais as medidas emergenciais citadas no plano de governo deverão ser feitas no primeiro ano em relação à economia?

As mais importantes são as que nos farão recobrar a médio prazo a estabilidade. Além de ampliar ao máximo a austeridade fiscal, enxugar no que for necessário, precisamos revisar toda a rotina do governo, identificar os gargalos e os desperdícios, as duplicidades de funções, dar a partida ao diálogo com os servidores para expor a situação real do Estado e debater um novo plano de carreira, revisar a questão da previdência, e, paralelamente, começar a definir estratégias para retomar o desenvolvimento.
 

O que podemos esperar para a redução da carga tributária e da burocracia, que dificulta a atuação dos comerciantes?

Somos a favor da redução dos tributos. O Estado deve ser um regulador, não um operador onde a iniciativa privada detém o verdadeiro conhecimento, para se dedicar à saúde, segurança e educação. A saúde financeira do Estado se dará pelo volume de riqueza que a sociedade gera, e não pela porcentagem que cobra. Mas nesse momento seria irresponsável reduzir os tributos, pois provocaria o colapso do Estado com reflexos em toda a sociedade. Defendemos a prorrogação das alíquotas atuais por dois anos para não causar um baque aos os orçamentos municipais, enquanto será elaborado um plano de redução de tributos e estímulo ao crescimento.
 

Quais empresas serão privatizadas e que benefícios diretos isso deve trazer à população?

As das áreas de Energia e Mineração. E a EGR – Empresa Gaúcha de Rodovias – será extinta. Vamos desonerar o contribuinte, que é quem paga pelo déficit ou pela ineficiência dessas empresas. E fazer o Estado ganhar fôlego para atender outras demandas estruturais prioritárias. Os valores auferidos pela desestatização, garantimos, não serão utilizados no custeio da máquina.
 

Como o governo vai melhorar a eficiência dos serviços públicos ao mesmo tempo que implementa uma política de austeridade para reduzir despesas com pessoal?

O mundo mudou, o Estado não. Vivemos uma realidade digital que revolucionou as relações entre as pessoas, mas ainda não refletiu na relação do Estado com os cidadãos. O Estado continua analógico, burocrático, cobrando demais e oferecendo serviços de baixa qualidade. Precisamos fazer com que os efeitos positivos da vida digital se estendam ao governo. Esse será um passo decisivo para modernizar e tornar eficientes os serviços que o Estado entrega à população. Menos burocracia, mais tecnologia, agilidade e confiança recíproca. Essas são as bases para estreitar essa relação.
 

Em relação à segurança, quais ações serão implementadas para prevenção à criminalidade?

Nosso plano prevê prioridade em inteligência e tecnologia, estímulo à integração de forças policiais estaduais, federais e municipais, valorização dos servidores, atualização de equipamentos, uma nova estrutura penitenciária, aumento gradual de efetivo e parcerias com a iniciativa privada.
 

Que medidas serão tomadas para colocar em dia o salário do funcionalismo público, que impacta bastante na economia?

Uma revisão geral do orçamento, enxugamento da máquina pública, diálogo entre o governo e os servidores, estímulo ao aquecimento da economia e consequente aumento da arrecadação. A certeza de que os gaúchos estão conscientes do grave momento por que passa o Estado é o que nos move para sugerir ações de emergência para que os eventuais sacrifícios de agora possam representar um novo horizonte de riqueza e desenvolvimento a todos o mais rápido possível.

 

“Não há fórmula mágica. Vamos trabalhar pelo aquecimento da economia, mas a solução passa pelo apoio da sociedade. Precisamos de um pacto geral, pois sem união não superaremos a crise que o Estado atravessa.”
_ governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite

Para conferir todas as matérias da edição de janeiro da Conexão Varejo, clique aqui.

Veja também

    PesquisaNoticias

    Levantamento do Sindilojas Poa revela crescimento do comércio de vizinhança no R...

    Veja mais
    Noticias

    Edição especial do Menu Poa apresenta pautas do comércio para o futuro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Programação de atividades desta semana para as obras no Centro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Último dia para confirmar presença no MENUPOA especial sobre Eleições Municipais

    Veja mais