Conexão Varejo: confira o trabalho de marcas que dão show em representatividade

Empoderamento de grupos antes pouco representados criou oportunidades para o varejo. Mas entender, nesse caso, é ainda mais importante do que atender.

A modelo que figura nas campanhas publicitárias da sua loja tem o mesmo perfil do seu cliente? Pois saiba que foi a partir desse tipo de questionamento que grupos pouco representados pela indústria e pelo varejo começaram um processo de empoderamento. Hoje, públicos antes vistos como “minoria” pelo pouco protagonismo que ganhavam, autoafirmaram-se, criando nichos de mercado com necessidades urgentes para ser atendidas.

Perceber demandas pouco servidas no comércio é um excelente ponto de partida para empreender. Ter um olhar atento sobre a sociedade e uma genuína proximidade com o segmento que o negócio resolve se voltar são fundamentais. Mas entender verdadeiramente as dores e os desejos do público-alvo é essencial para conseguir se conectar a ele. Do contrário, a mensagem que fica é de que a empresa está só tentando lucrar em cima de um público que sequer compreende.

Orgulho estampado

Criada em 2017, em Barueri (SP), a Logay entende bem o que significa se apropriar de uma causa, já que o propósito que move a empresa é verdadeiramente importante para os fundadores. A loja virtual vende produtos personalizados com a temática LGBT e foi idealizada após o retorno de uma viagem ao exterior, quando Henrique Chirichella perdeu uma pulseira com as cores do arco-íris (que simbolizam o orgulho LGBT) e não encontrou outra no Brasil. A partir dessa carência, criou a marca com outros dois sócios, Silvia e Flavio Chirichella, seus pais.

A loja oferece vestuário, cosméticos, quadros, bandeiras, topos de bolo, almofadas, tapetes. Mas a linha que mais faz sucesso é a Pride, que destaca as cores do arco-íris. Recentemente a Logay conquistou um investimento no programa Shark Tank Brasil, mas mesmo antes de receber o aporte vê os acessos ao site aumentarem a cada mês. Além do e-commerce, a marca é membro da Câmara de Comércio e Turismo LGBT no Brasil e parceira da Associação da Parada LGBTI, colaborando com parte das vendas para a ONG.

Celebração às raízes

Fenômenos como o empoderamento e reconhecimento negro se intensificaram bastante nos últimos anos no Brasil. Com isso, um mercado de itens que evidenciam essa cultura ganhou força, já que as pessoas passaram a ter orgulho em estampar as suas origens. Em Porto Alegre, foi a percepção de que crescia a demanda por vestuário com características africanas que incentivou Agossou Kokoye “Kadi” a empreender. Morador da Capital desde 2010, Kadi veio de Benim para um intercâmbio estudantil. Em abril de 2018, ele abriu a Lojaconsone, com roupas vindas da Nigéria, Togo, Senegal, Costa do Marfim e Benim ou feitas aqui com inspiração e tecidos importados de lá.

Batizada a partir do verbo consonar, que significa harmonizar, aceitar, concertar, a marca busca elevar a autoestima das pessoas, especialmente das mulheres, por meio da celebração às raízes. Para isso, realiza desfiles e sessões de fotos nas quais os modelos são os próprios clientes. O estabelecimento fica na Rua Riachuelo, 1604, no Centro Histórico.

Moda para todos

Com a motivação de oferecer moda para todas as pessoas, a Equal nasceu em 2013 após uma extensa pesquisa de campo. Isso porque Silvana Louro, estilista e fundadora da empresa, queria entender bem os desafios das pessoas com deficiência para entregar um produto excelente, a altura do que elas merecem. Pensada com assessoria de fisioterapeutas e modelistas experientes, o objetivo é entregar as mesmas roupas com e sem adaptações, para que todos possam se vestir como quiserem. A diretriz que guia a empresa é que a moda tem uma função social, pois fortalece a identidade, e é uma ferramenta de inclusão.

E o trabalho vem dando certo, tanto que a Equal criou os primeiros uniformes adaptados para paratletas com diferentes deficiências, em 2015, nas Paralimpíadas Escolares em Natal (RN), vestindo toda a delegação fluminense. Além disso, a marca produz uniformes adaptados para empresas e escolas e dá assessoria para marcas que desejam ter coleções inclusivas, atuando na missão de retirar o véu da invisibilidade das pessoas com deficiência com ações e projetos que humanizem a moda e a sociedade como um todo.

Essa e outras matérias estão disponíveis na edição de fevereiro da revista Conexão Varejo, publicação mensal do Sindilojas Porto Alegre. Acesse aqui e leia mais!

Veja também

    Noticias

    Nervos de aço: como lidar com os sentimentos frente às tragédias

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre marca presença na maior Feira de inovação da América L...

    Veja mais
    PesquisaNoticias

    Resultados de vendas do Dia das Crianças: quase 20% dos lojistas venderam mais

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas POA é apoiador da 25ª Construsul

    Veja mais