Conexão Varejo: o inimigo não mora ao lado
Na revista de abril do Sindilojas Porot Alegre, saiba como estabelecimentos do mesmo segmento podem tirar proveito da proximidade com a concorrência e apostar na diversificação do negócio.
Colaborar está com tudo. E não se trata somente de exercitar esse comportamento na vida pessoal. Adotar a colaboração na rotina profissional traz inúmeras vantagens e acaba por criar uma rede benéfica que se espalha pelos ambientes de todos os envolvidos. Não à toa, esse foi um dos assuntos abordados pelos palestrantes da NRF, maior feira de varejo do mundo, que aconteceu em janeiro, em Nova Iorque. Para o especialista em inovação e idealizador do movimento Porto Alegre Inquieta, Cesar Paz, a colaboração está diretamente ligada à inovação e ao futuro.
Segundo ele, criar uma rede de parceiros fortalece uma cadeia de valor com perspectiva de soma e não de competição, trazendo ganhos para todos. “A visão da colaboração em vez da competição (que se baseia na ideia de recursos escassos) é o que tem imperado atualmente”, afirma.
Assim se caracteriza o processo básico da colaboração, de acordo com Paz, reforçando que não faz mais sentido a ideia de concorrência pura e simples: “Os problemas são globais, atingem todos, e a colaboração contribui para que surjam novas ideias e soluções. É preciso desarmar as pessoas para que elas entendam que a colaboração só traz benefícios”, ressalta.
É nesse conceito que se baseia a manutenção de tradicionais polos de comércio da Capital, como o de móveis, na Ipiranga, o de iluminação e materiais elétricos, na Av. São Pedro, de autopeças, na Azenha, de tecidos, no Sarandi, de piscinas, na Sertório, de noivas, na Independência, entre tantos outros. Lado a lado, as lojas do mesmo setor enfrentam o desafio diário da concorrência, porém, os benefícios e as oportunidades do agrupamento, também chamado de clusters do varejo, são uma realidade. “Ter um polo de quase 30 anos reconhecido e consolidado é uma vantagem porque isso atrai muitos clientes que chegam já cientes do que querem. Se o consumidor for em um local que só tem uma loja e não encontrar o que procura, ele provavelmente não voltará. Mas, se ele achar na loja próxima, lembrará que a área resolveu o seu problema e certamente retornará”, afirma Jeferson Lewis, lojista da Lewis Móveis, localizada no polo de móveis da Ipiranga, que concentra atualmente cerca de 50 lojas em duas quadras. Para o consumidor, os democráticos polos de comércio especializados dinamizam a procura, oferecem a oportunidade de
pesquisar produtos e preços para negociar antes da decisão. “Os clientes entram na loja com mais de dez orçamentos vindos das lojas vizinhas querendo produtos mais baratos, pois de uns anos para cá o perfil do consumidor se transformou e passou a incluir a classe D, além da B e da C. O jeito foi se reinventar e passar a oferecer uma linha de móveis mais popular para seguir atendendo e absorvendo mais públicos. Como empresas, estamos todas no mesmo barco de mãos dadas”, conclui.
4 passos para alavancar resultados nos polos do varejo
1) Trace o perfil do seu cliente
Comunicar-se com o público-alvo é fundamental, mas para isso deve-se conhecê-lo muito bem. Defina também quais são os perfis dos seus clientes mais representativos.
2) Faça um raio x da sua rede
Mantenha-se em contato constante com as outras lojas, observando o que fazem para se diferenciar, analisando se o consumidor é igual ao seu e levantando informações sobre os dados de desempenho. Como é o mix de ofertas dos vizinhos? O ticket médio é similar ao seu? Quais estabelecimentos estão enfrentando mais dificuldade?
3) Ajuste e regule a sua oferta
Depois de reunir informações sobre o seu negócio e padrões de comportamento de clientes que o frequentam, o passo seguinte é analisar o que mais você pode fazer para se diferenciar em oferta de produtos, benefícios, preço e promoções: seus vizinhos oferecem estacionamento gratuito e você não? Os clientes entram na loja buscando produtos mais acessíveis? Talvez seja a hora de repensar e começar a oferecer facilidades ou linhas enxutas a preços populares.
4) Persevere, reanalise e repita
Não desista e continue realizando o ciclo acima. Para acompanhar mudanças na dinâmica das áreas de atuação e continuar captando o máximo do potencial de mercado, é importante revisar sua estratégia periodicamente.
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O Sindilojas Porto Alegre tem uma ferramenta para auxiliar os lojistas na tomada de decisõe estratégicas para o seu negócio e novos empreendimentos: o Mapa do Varejo, um banco de informações segmentadas sobre os principais bairros de Porto Alegre, com dados sobre população, renda, potencial de consumo por segmento, custo de locação por metro quadrado e números de lojas na região. O instrumento de pesquisa pode ser consultado por associados na sede da Entidade, com agendamento prévio pelo telefone (51) 3025-8300.
“Ter um polo reconhecido e consolidado é uma vantagem, pois se o consumidor for em um local que só tem uma loja e não achar o que procura, ele provavelmente não voltará.” Jeferson Lewis, lojista da Lewis Móveis
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