Patrícia Palermo elenca fatores de atenção para 2022 no cenário econômico
Economista-chefe da Fecomércio-RS palestrou no último Café com Lojistas de 2021, realizado nesta quarta-feira, 24.
Com o alerta de que a pandemia ainda não chegou ao fim e de que será preciso ter jogo de cintura para encarar 2022 no viés dos negócios, a economista-chefe da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo, falou sobre o cenário econômico no último Café com Lojistas do ano. O evento aconteceu nesta quarta-feira, 24, em formato online, com a participação de associados ao Sindilojas POA, empresários do varejo e de segmentos variados.
A profissional, que é doutora em economia e também atua como professora universitária, abordou as principais sequelas deixadas pelo coronavírus na área das finanças, as quais deverão impactar não apenas nas empresas mas na vida dos brasileiros de forma geral. Segundo ela, inflação em alta, taxa de juros elevada, populismo fiscal e ano eleitoral são fatores que devem ser considerados para 2022.
“Apesar de a pandemia estar perdendo força como drive da atividade econômica, ela seguirá fazendo com que tenhamos um cenário de crescimento cada vez menor. Para termos noção, o crescimento do PIB para este ano deve ficar em 4,8% e a projeção para o ano que vem é de fechar em 0,7%”, comparou.
Consumo online veio para ficar
A curva de crescimento de mobilidade em relação ao varejo e ao lazer, que está menor em comparação à mesma época em 2020, é um dos pontos de atenção. Segundo Patrícia, “isso mostra que as pessoas estão se habituando a comprar online e, hoje, entenderam que para isso não precisam sair de casa.” Essa análise, de acordo com a palestrante, reforça a necessidade de o comércio adaptar-se de uma vez por todas às vendas pelos canais digitais.
Serviços x produtos
Patrícia comentou, ainda, que durante todo o período da pandemia o consumo de bens foi priorizado por quem possuía poder de compra, já que os serviços estavam parados. “Para o próximo ano, com o avanço da vacinação e o retorno das atividades, o cenário deverá inverter, com priorização de serviços”, disse.
Para quem vende produtos, a economista aconselha um ajuste de público-alvo. “A crise atingiu as pessoas de maneiras diferentes. As classes média e alta sofreram menos, e o varejista que desejar ter aumento nos seus resultados precisará ter uma estratégia para começar a aumentar seus potenciais clientes.”
Dinheiro seguirá mais caro
“Com o aumento da inflação, a margem de lucros está sendo reduzida, pois os empresários sabem que não podem repassar o preço para o consumidor, senão, não conseguirão vender”, analisou Patrícia. De acordo com ela, esse cenário deverá acontecer ainda por bastante tempo, exigindo que os comerciantes refaçam suas margens.
Por último, a economista salientou a importância de os empresários estarem atentos ao dinheiro que sai e ao que entra na empresa. “É preciso ter a esperteza de entender que estoque é dinheiro parado, mas é algo necessário, e os softwares estão aí para ajudar. Além disso, o varejista não pode ter preguiça de procurar dinheiro mais barato, indo atrás de crédito em lugares além dos bancos tradicionais, utilizando o open banking a seu favor”, aconselhou.
Como alternativas para atrair e fidelizar clientes, Patrícia recomendou aos participantes que estudem condições de pagamento facilitadas, aumento de parcelamento e o incentivo ao uso do PIX em seus negócios.
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