Lojistas esperam aumento de 19% nas vendas de eletros para o frio até o final do inverno

Núcleo de P&D realizou pesquisa com empresários dos segmentos de eletrodomésticos, materiais de construção e ferragens de Porto Alegre.

Mesmo com a chegada do frio mais cedo este ano, a procura por produtos para aquecer os ambientes ainda é tímida no comércio da Capital. O relato é de mais da metade dos lojistas dos segmentos de eletro, materiais de construção e ferragens: 56,7% deles dizem que o movimento é médio até o momento. Ainda assim, a maioria, 46,7%, está animada para os próximos meses, com expectativa de aumento médio de 19% nas vendas até o final do inverno. As informações são do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Sindilojas Porto Alegre, que verificou dados de vendas de aquecedores, ares-condicionados/splits, lareiras ecológicas, lavadoras e sacadoras de roupas.

A animação identificada pelo Sindilojas POA vai ao encontro do que diz o último Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), divulgado na semana passada, pelo IBGE. O indicador atingiu o resultado mais elevado desde março de 2020, antes da pandemia.

Se a expectativa de aumento não se concretizar, o que a segunda maior parcela dos lojistas, 43,3%, espera é que as vendas se mantenham na comparação com o inverno passado. Apenas 3,3% acreditam que haverá queda. Outros 6,7% não souberam responder.

Dos produtos pesquisados, os que obtiveram maior procura na comparação com o mesmo período de 2021 foram as lavadoras e secadoras, que estão saindo na faixa dos R$ 1.650. Segundo 53,8% dos lojistas, as vendas desses eletros estão melhores agora, com aumento médio de 18% no comparativo com o ano passado.

Já sobre a saída de aparelhos de ar-condicionado e splits, que este ano estão custando cerca de R$ 2.084, o cenário é diferente. Apenas 2,9% dos varejistas afirmam que as vendas desses produtos aumentaram. Para 64,7% deles, a procura está parecida com a do inverno passado. E para 23,6%, as vendas desses itens diminuíram, em média 17%.

Na análise do presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, é possível relacionar a queda nas vendas de ares-condicionados e splits com os últimos dois anos. “Muitas pessoas realizaram esse investimento durante as restrições da pandemia, pois estavam passando mais tempo em casa”, lembrou. A alta na conta de luz é outro possível fator, de acordo com o dirigente.  “A pesquisa mostrou que, agora, os consumidores estão mais preocupados com o consumo de energia dos aparelhos na hora de comprar”, relatou. Numa escala de zero a dez, de acordo com esta sondagem, a nota de preocupação com o assunto atingiu 7 pontos. Em 2021, foi de 4,5.

Sobre a procura por lareiras ecológicas, que possuem um custo médio de R$ 1.300 nas lojas de Porto Alegre, os lojistas relatam um cenário mais promissor, ainda que para a maioria deles, 49,9%, as vendas desses produtos estejam semelhantes às do ano passado. Os varejistas que afirmam aumento nos resultados somam 25%. O acréscimo nas vendas, para estes, é de cerca de 25%. Os que disseram que estão vendendo menos lareiras ecológicas representam 16,7% e 8,4% não souberam responder.

A respeito dos aquecedores, o levantamento identificou que as vendas deste inverno estão melhores para 22,9% dos entrevistados. O aumento médio é de 14%. Segundo a maioria, 43,8%, o lucro obtido por meio desse tipo de produto segue similar ao de 2021. A parcela que observa queda nas vendas é de 18,8%. O preço médio desses itens é de R$ 242, com exceção de aquecedores a gás.

Por fim, a pesquisa do Sindilojas Porto Alegre verificou que 48,3% das lojas não oferecem nenhum tipo de desconto ou promoção para esses itens. Os locais onde é possível encontrar ofertas representam 28,3% do comércio da Capital, segundo amostra representativa do setor. O infográfico com a pesquisa completa será divulgado na área do Núcleo de Pesquisa, neste site, nesta segunda-feira, 4.

 

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