“Loja amiga dos pets”: entenda a tendência que veio para ficar
Além de ter planejamento e adequar o espaço para receber os bichinhos, o estabelecimento deve se atentar ao que diz a Lei.
Os pets são mais do que amigos. Para muitas pessoas, eles são parte da família e acompanham seus tutores no dia a dia, seja em momentos de lazer ou até mesmo em compromissos profissionais. No comércio não é diferente e, por isso, é crescente o número de varejistas que abraçou a tendência e tornou seu ponto de venda aberto aos animais de estimação. Além de permitir a circulação de animais de estimação no interior da loja, ser um espaço pet friendly significa dispor de uma estrutura adequada para acolher bem o cliente e seu pet e, dessa forma, proporcionar uma experiência positiva para o consumidor.
Nathália Bertagnoli é um exemplo de “mãe de pet” – como gosta de dizer – que nas suas compras e passeios dá preferência para locais que recebem animais de estimação. “Sempre procurei hotéis e restaurantes que permitissem levar meu cachorro, e agora passei também a frequentar shoppings e lojas pet friendly”, afirma. Ela acrescenta que, nos dias de chuva e frio de Porto Alegre, o shopping passou a ser um excelente local para caminhar com seu cachorro, o Amendoim. “Consigo otimizar meu tempo indo fazer um passeio e ao mesmo tempo levo ele comigo”. Na opinião de Nathália, ser pet friendly é ser inclusivo.
Para o consultor em Experiência do Consumidor, Cláudio Fonseca, o contexto da pandemia colaborou para que os pets se tornassem essenciais na vida de muitas pessoas e para que essas relações afetivas se intensificassem ainda mais. Diante desse fenômeno, Cláudio entende que oferecer um espaço receptivo aos pets é uma forma de proporcionar uma experiência de consumo mais acolhedora. “Sabemos que quanto mais confortável e mais acolhido sente-se o consumidor, com mais disposição ele vai fazer o seu consumo”, afirma.
Planejamento e adaptação do espaço
Antes de comunicar que o ponto de venda é amigo dos pets, o lojista precisa estar atento à legislação específica sobre o tema. É preciso, ainda, planejar e adaptar o espaço para que a experiência das pessoas seja positiva e para que, com essa decisão, obtenha bons resultados de vendas e fortalecimento da sua marca. Com a experiência de quem é uma usuária frequente destes locais, Nathália relata que algumas lojas em Porto Alegre ainda não estão totalmente adequadas para receber os pets, já que não disponibilizam recipiente com água e saquinho de lixo. Cláudio chama a atenção para esse aspecto: “tem que haver uma logística mínima, porque o consumidor precisa estar tranquilo com seu pet na loja. Quanto mais tranquilo ele estiver, mais ele vai comprar”, salienta. Água, tapete higiênico e espaço dedicado para o bem-estar do bichinho enquanto o tutor faz as compras são essenciais.
Na loja Anselmi do Shopping Iguatemi de Porto Alegre, todos esses cuidados foram considerados, assim como nos demais pontos de venda da empresa, que investiu na tendência. Além de ser pet friendly, a Anselmi passou também a comercializar roupinhas para cachorros de pequeno e médio porte. São peças que combinam com a coleção destinada aos tutores e tutoras. A gerente da unidade do Iguatemi, Fernanda Miraflores, explica que o conjunto de iniciativas gera resultados. Os espaços acolhedores somados aos produtos específicos para os pets são um diferencial. Quando houve o lançamento festivo de uma coleção que incluía as roupinhas para cachorros iguais às das “mamães de pet”, foi preparado um “canto pet”, com água, tapete higiênico e até caminhas, além de petiscos para os bichinhos. Segundo Fernanda, o movimento de clientes acompanhados de seus pets é maior nos fins de semana e também cresce sempre que o shopping promove algum evento especial voltado ao público que tem animal de estimação. “São oportunidades que dão um impulso nas vendas. Aí, nós destacamos no ambiente e nas vitrines, com a presença dos bichinhos de pelúcia como manequins”, revela.
Fernanda acredita que todas as marcas devem “abrir os olhos” para o fato de que os pets são hoje considerados integrantes da família e que isso representa uma oportunidade de negócio. O consultor Cláudio Fonseca encoraja os lojistas a tirarem proveito desse fenômeno oferecendo algo diferente aos seus clientes. Ele sugere, inclusive, que as lojas façam parcerias com petshops e clínicas veterinárias, para que nestes espaços possam ser divulgados os nomes de estabelecimentos comerciais pet friendly presentes no bairro, por exemplo. “Acho que uma lista desse tipo pode ajudar bastante a atrair um fluxo de consumidores para os quais isso é importante.”
A revista do Sindilojas Porto Alegre, Conexão Varejo, abordou esse assunto na edição 156, de julho/agosto 2022, (clique aqui para ler esta versão).
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