5 dicas para disseminar a inteligência analítica por toda a organização
Controlar dados não faz mais sentido na era da transformação digital, quando transparência e imediatismo são cruciais
Qual o papel do CEO na disseminação da inteligência analítica nas organizações? Essa é uma pergunta que temos ouvido bastante em nosso dia a dia e que recentemente discuti com outros profissionais que estão à frente de áreas financeiras em empresas ao redor do mundo. Por isso, decidi compartilhar minha visão e a correlação direta entre transparência e rentabilidade, e também a respeito de como a democratização dos dados e adoção de análises e mobilidade são pontos de missão crítica para melhorar a eficiência organizacional.
Tenho total convicção de que as empresas que serão bem sucedidas no futuro são as que utilizam dados para inovar seus processos.
Por isso, decidimos beber do nosso próprio champagne e usamos a nossa plataforma de analytics para impulsionar nosso negócio. E os resultados foram positivos. Em 2017, aumentamos a margem operacional de zero para 25%. Embora haja trabalho a ser feito e a jornada continue, acho importante elencar os cincos elementos que embasaram essa estratégia.
1. Prestação de contas
Atribuir responsabilidades e fazer com que todos tenham consciência da importância do seu papel para a organização foi parte importante deste processo. Quando iniciamos nossa jornada para aumentar a lucratividade, tínhamos mais de 200 unidades de negócios com esse objetivo. Reorganizamos as equipes, designamos seus deveres e criamos métricas para as áreas de negócios – desde planejamento, RH, recrutamento e consultoria, suporte técnico e desenvolvimento de produtos. Desmistificamos a questão "eu sou o dono da informação" e incentivamos o compartilhamento. Mais de 40 dashboards, liberados por toda empresa e em dispositivos móveis, trouxeram uma visão geral do que cada um dos níveis hierárquicos estava trazendo de retorno, as obrigações individuais, o cumprimento ou não das métricas, atestando a origem de cada um dos relatórios. Assim, todos passaram a saber como melhorar não só seu desempenho, como também o da empresa como um todo por meio do uso da inteligência analítica.
2. Empoderamento
Ser transparente com nossos líderes e dar autonomia para que tomem decisões sobre a sua área de negócio pode ser vantajoso de diversas maneiras. Abrir, democratizar os dados e incorporar Inteligência analítica faz com que as pessoas sintam-se parte atuante e passem a agir agora e não mais esperarem até amanhã. Então, não se trata de aprimorar apenas a eficiência operacional, mas sim melhorar a agilidade e provocar mudanças na empresa. Acreditamos no poder que decisões mais informadas têm nos resultados das unidades de negócios.
3. Transparência
Levar a inteligência analítica para todos os cantos, além das camadas gerenciais, é também sinônimo de transparência. Trata-se de um conceito razoavelmente novo, surgido há mais ou menos cinco anos, que derruba a teoria de atender, sob demanda, apenas quem tem relação direta com aquele dado ou, o que é pior, guardar a informação para si. Claro que nem toda informação deve ser visível a todos. Mas, para isso usamos critérios e controles de acesso capazes de proteger dados e métricas sensíveis e também configuramos assinaturas dinâmicas para distribuir para as pessoas certas o que é de seu interesse. É preciso levar em consideração que a não abertura das informações, o não compartilhamento e a não democratização com segurança podem fazer com que no futuro próximo você deixe de existir ou tenha que modificar completamente seu negócio.
4. Agilidade
Não basta falar só em empoderamento, transparência e prestação de contas sem fazer uma reviravolta e criar uma estrutura ágil para que essa informação seja consumida. O usuário tem que ter a capacidade de criar e modificar seus próprios relatórios, sem envolver TI, mas também sem comprometer os dados. A decisão de espalhar dashboards em painéis por toda a empresa e mostrar, em tempo real, o que acontece nos negócios, sem dúvida ajudou na busca por melhores resultados, pois abriu espaço para que outras pessoas passassem a dar suas contribuições "out of the box".
5. Escalabilidade
Nesse processo, aprendemos que o mais importante foi focar na velocidade da implantação, colocar os primeiros passos em prática e aumentar a adesão dos funcionários, ao invés de protelar e aguardar um perfeccionismo na execução. Nossa previsão financeira e orçamento foram desenvolvidos em três meses, incluindo a integração com mais de 10 fontes de dados, implementação de painéis de controle e relatórios em âmbito corporativo, atualizações e melhorias necessárias. Em paralelo, também designamos responsabilidades relacionadas a lucros e perdas, melhorando a qualidade e precisão de dados da nossa organização e permitindo recursos de gestão e desenvolvimento mais efetivos – o que foi um sucesso maior do que imaginávamos.
Em suma, embora muitos CFOs ainda considerem que compartilhar informações esteja atrelado a perda de poder, nossa estratégia de disseminar a inteligência analítica por toda a organização prova o contrário. Melhoramos a rentabilidade e fomos capazes de mover a folha financeira da organização em uma direção positiva, alcançando resultados e conquistando os nossos objetivos sem recursos exaustivos. Compartilhar e prover informação ajuda um CFO a aumentar a sua relevância tanto para os negócios como diante das demais áreas da empresa. E controlar dados não faz mais sentido na era da transformação digital, quando transparência e imediatismo são cruciais.
Fonte: Portal Administradores