6 pontos de atenção para o varejo do futuro
Especialista da WGSN fala sobre o que é preciso atentar para conseguir lidar com o novo consumidor
O varejo no Brasil ainda está atrasado em relação aos mercados mais maduros quando o assunto é entender o consumidor e atendê-lo naquilo que ele quer e deseja. Mas isso não significa que o setor não está de olho no futuro. “Tem muita marca fazendo um trabalho bem interessante e se destacando justamente por entender bem o seu consumidor no mundo, mas infelizmente ainda não é a maioria”, afirma Daniela Dantas, diretora de projetos especiais da WGSN Mindset. “Tem muita marca perdendo espaço pois achou que não precisava mais acompanhar as mudanças de comportamento do seu consumidor e acabou abrindo espaço para uma nova geração de marcas”, avalia.
Esse movimento tem provocado desconforto em quem está mais atento. Segundo a especialista, não é possível generalizar, mas existem varejistas que estão revendo os canais justamente para entender o consumidor. É difícil generalizar mas no Brasil muitos varejistas ainda estão revendo os seus canais – não que isso deveria acontecer separado de entender o consumidor – esse é o ponto principal. A partir daí, existem alguns pontos fundamentais que o varejo precisa considerar se quiser sobreviver no futuro.
1. Interação com a marca
As redes que sobreviverão no futuro serão aquelas que conseguirão oferecer mais possibilidades ao consumidor. E isso passa pela tecnologia. “Um exemplo disso é que uma das coisas básicas para fazer isso acontecer que é a conexão wifi no PDV, que muitas vezes é encarado apenas como custo na hora de tirar a operação do papel”, avalia Daniela. “Hoje em dia quem quer se preparar para esse consumidor que já está conectado o tempo inteiro tem que oferecer mais possibilidades para ele passar mais tempo interagindo com a sua marca – e definitivamente isso ainda acontece muito pouco no Brasil”, avalia.
2. De olho na Geração Z
Os Millennials já estão pautando os negócios hoje, mas o futuro pertence também a Geração Z. “Os Millennials introduziram várias mudanças no mercado, mas a Geração Z vem para consolidar, mas existem muitas diferenças entre as duas gerações que devem ser consideradas”, afirma a especialista. “A Geração Z em geral é mais realista, tolerante, autossuficiente, conectada e consciente. Cada vez mais marcas que falam com esse público precisam entender esse novo cenário. Esses comportamentos irão impactar a forma como nos comunicamos com eles”, considera Daniela. Para ela, personalização, colaboração e “papo reto” é default para essa geração.
3. Propósito é caminho sem volta
Ter propósito e comunicá-lo de forma clara, sem vieses, deixou de ser teoria: é um caminho sem volta para o futuro. “Marcas que comunicam apenas por comunicar algo não ganharão a atenção desse consumidor tão disputado”, afirma Daniela. “É preciso entender a sua marca e ter um propósito, uma razão para existir. Uma vez que isso está definido, a mensagem tem que ser coerente”, completa. Além disso, afirma, o conteúdo ou produto tem de estar alinhado com esse propósito e ser relevante para o consumidor. “Tem que fazer diferença na vida dele”.
4. Elimine as barreiras
Os consumidores agora, e ainda mais no futuro, não veem diferenças entre os mundos on e offline. Eliminar as barreiras que conectam marcas e clientes, então, é imperativo. “Um exemplo muito claro disso é quando o consumidor está dentro da loja e faz uma busca no celular para ver se acha o mesmo produto mais barato ou até mesmo para ter mais informação sobre ele”, exemplifica a especialista. “Outro exemplo de como esses dois mundos estão cada vez mais sem barreiras é o ponto das vitrines. Antigamente, a vitrine era um dos principais gatilhos para fazer o consumidor entrar na loja e hoje não é assim. Muitas vezes ele não percebe a vitrine, pois está andando e olhando para a tela do celular. Nesses dois casos o impacto das vendas na operação é direto”, avisa.
5. Fast laning
Tempo é um ativo escasso hoje. No futuro, ele será moeda de troca. E as empresas que conseguirem se relacionar de forma rápida com seus clientes e ajudá-lo a economizar tempo estarão nas mentes dos consumidores. “Qualquer operação que ajude o consumidor a economizar o seu tempo com atividades que ele não julga tão importante é essencial”, considera Daniela.
6. Use os dados para fidelizar
Enquanto no mundo, os dados já são utilizados de forma a atender o consumidor em suas especificidades, no Brasil esse uso ainda caminha. Mas é ponto essencial para o futuro das marcas. Os dados, segundo Daniela, devem ser usado de maneira criativa. “Hoje em dia temos tantos dados do nosso consumidor, mas precisamos usar isso com criatividade. Dados sem o uso criativo e a interpretação humana não são nada. Precisamos usar as informações que temos para contar melhores histórias e ser mais relevantes para o nosso consumidor”, afirma.
Fonte: No Varejo