A era pós demográfica e sua influência no varejo
Fique por dentro de como essa mega tendência impacta no varejo e adapte o seu negócio ao novo comportamento do consumidor
Está cada vez mais inútil tentar segmentar o comportamento das pessoas com base no sexo, idade, escolaridade e renda. Muito mais do que só um assunto que está em voga, essa é uma das grandes tendências mundiais que podem ser percebidas nas mais diversas relações e interações com os públicos. Dando continuidade a série de posts sobre as principais Mega Tendências, produzida pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre, veja abaixo sobre "A era pós demográfica"
A era pós demográfica
As antigas categorizações demográficas estão sendo livremente substituídas por estilos de vida e identidades próprias. As normas sociais que determinavam como as pessoas deveriam viver e se comportar estão em colapso. A internet conectou o mundo, possibilitou um maior acesso ao conhecimento e potencializou o poder de expressão dos indivíduos, especialmente das minorias. Além disso, a crescente democratização dos meios de comunicação oportunizou uma diversidade de discursos sobre quem as pessoas podem ser. Afinal, não há mais regras, "cada um pode ser quem quiser e todos devem respeitar as escolhas do outro".
Em outubro de 2016, por exemplo, o designer de moda brasileiro Ronaldo Fraga contratou 28 modelos transgêneros para desfilar sua nova coleção na passarela do São Paulo Fashion Week. O desfile começou com a seguinte mensagem: “o corpo aprisiona e as roupas libertam o ser”. Com esse tema, o designer buscou conscientizar o público sobre os problemas da transfobia no Brasil. Já nos EUA, Jaden Smith (filho do ator Will Smith) foi um dos modelos da campanha Verão 2016, da linha feminina da Louis Vuitton. A saia é uma peça frequente nos loojs de Jaden Smith e com seu estilo inovador ele é hoje um icon da geração Z. E em Nova Iorque, a Tonner Doll Company lançou uma boneca inspirada no adolescente transgenero Jazz Jennings, outro icon da geração Z. A boneca genderless custa aproximadamente U$ 90,00 e tem como foco crianças a partir dos oito anos.
É possível perceber que o mercado começa a absorver e se adaptar a essas mudanças, transcendendo os antigos padrões, celebrando a liberdade e respeitando a individualidade de cada pessoa. Essa tendência estimula a quebra dos julgamentos e pré-conceitos sobre o corpo, a sexualidade e a cultura das pessoas. Repensar antigos processos, que limitam a expressão da individualidade das pessoas, é necessário para agradar as gerações mais novas que abandonaram os rótulos. Nessa linha, integrar as seções feminina, masculina e plus size, assim como desenvolver produtos e embalagens flexíveis são ações simples que demonstram que a marca aceita o “novo normal”.
O estudo foi realizado a partir da plataforma de tendências Trendwatching. Confira na próxima quinta-feira, dia 09 de março, a próxima tendência que será divulgada pelo Núcleo de Pesquisa do Sindilojas Porto Alegre e acompanhe a série!