A experiência de compra: classe média vai além do preço e busca qualidade, marca e atendimento

Passada a fase de satisfação pelo acesso a bens e produtos essenciais, a nova classe média brasileira assume a retórica do “eu mereço”. Com dinheiro no bolso, os consumidores não buscam mais apenas preço…

Passada a fase de satisfação pelo acesso a bens e produtos essenciais, a nova classe média brasileira assume a retórica do “eu mereço”. Com dinheiro no bolso, os consumidores não buscam mais apenas preço baixo, mas também qualidade, marca e atendimento. O que antes era uma necessidade básica parte agora para a chamada experiência de compra – onde elementos emocionais assumem uma figura quase primordial.

Com cerca de 95 milhões de pessoas – 50% da população brasileira -, a classe C se consolidou como a maior consumidora de bens e serviços no país. No ano passado, os integrantes da nova classe média movimentaram R$ 881 bilhões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Produtos até então desejados e admirados saíram do imaginário e foram parar em carrinhos e sacolas de compras. Junto com o aumento do consumo, puxado pelo incremento da renda, um novo movimento começou a mudar as aspirações dessa camada social. — Não é só a qualidade do produto que conta, mas também questões sociais e psicológicas — aponta Genaro Galli, diretor de pós-graduação e extensão da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) de Porto Alegre.

Para o especialista, as associações em torno da oferta carregam consigo elementos que proporcionam experiências emocionais a esses consumidores emergentes. — Comprar a marca líder não significa apenas levar um produto melhor para casa, mas sim o sentimento de estar incluído — define Galli.

Vencida a etapa da “experimentação” de produtos e serviços, o consumidor da classe C não quer mais ser atendido de qualquer jeito. Ele quer ser diferenciado para se sentir especial – uma espécie de reconhecimento ao status social atingido. — Esses consumidores buscam a chamada experiência de compra, fortalecida por um movimento de autoindulgência, com o conhecido jargão do “eu mereço” – explica Roberto Kanter, professor de marketing e varejo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

E, para a classe média, não há espaço para erros na hora da compra: é preciso custo acessível e qualidade. Aos 33 anos, a vendedora autônoma Silvia Cristina Carvalho de Oliveira, de Canoas, possui os bens essenciais em sua casa. Com renda familiar de aproximadamente R$ 1,6 mil e acesso ao crédito, ela pretende comprar uma televisão de plasma ainda neste ano. — Não é barata, mas quem não quer uma televisão dessas em casa – disse Silvia, ao admirar o aparelho em uma loja no centro de Porto Alegre, ao lado do filho João Vitor, de três anos.

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