A moeda da próxima geração

Substituição de cartão de crédito por pagamento pelo celular aceleraria o atendimento em grandes eventos

Uma mobilização silenciosa está ocorrendo para modernizar e acelerar o sistema de pagamentos no Brasil. A proposta é reduzir o cartão a um chip de celular. Na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reuniu-se com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para combinar a montagem imediata de um grupo que cuidará da regulamentação do serviço e da formatação de um projeto de lei.

– O sistema pode representar uma alternativa importante para a inclusão do setor não bancarizado. No Brasil, o celular está muito mais difundido que o cartão, e podemos aproveitar isso – acredita Diogo Barcellos Ferreira, especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério das Comunicações.

A estimativa da empresa de pesquisas Juniper é que, até 2016, 13% dos bilhetes de transporte público sejam pagos por telefone nos EUA e Europa. No Brasil, o sistema passa por testes, e a implementação depende de um acerto que está sendo feito entre instituições bancárias, operadoras de cartões, agências reguladoras, comércio e serviços.

– Ainda falta ajustar o modelo de negócios e acertar detalhes entre os parceiros. Toda adoção de tecnologia precisa ser esmiuçada antes de ser apresentada ao público. Com os chips foi assim. O Brasil levou alguns anos para desenvolver seu sistema, mas em menos de cinco anos chegou ao segundo lugar em adoção de cartões com chip – justifica Percival jatobá, diretor executivo sênior de produtos da Visa do Brasil.

Uma das apostas é o uso do Near Field Communications (NFC), tecnologia que permite a conexão sem fio a curtíssima distância.

– O futuro dos pagamentos está na convergência dos dispositivos. Soluções de pagamento com o telefone não são apenas uma alternativa, são um pilar na nossa estratégia – diz Luiz Guilherme Roncato, vice-presidente de plataformas inovadoras da MasterCard Brasil e Cone Sul.

Operações de baixo valor são o foco

Mais importante que diminuir o número de cartões na carteira, o objetivo do sistema é acelerar o andamento das filas em grandes eventos. Roncato ressalta que o alvo seriam as operações de baixo valor – abaixo de R$ 50 – em estádios, cinemas, estacionamentos, transporte público e outras situações que têm a tendência a formar fila na hora do pagamento.

A segurança é a principal preocupação. Jatobá garante que toda a comunicação entre o celular e a máquina de pagamento será criptografada, para dificultar o roubo de dados. Operações de alto valor exigirão senha. E, caso o aparelho seja perdido, pode ser bloqueado à distância e o chip, destruído. No entanto, nas operações com o Google Wallet, sistema de pagamento por celular que chegou há poucos meses aos Estados Unidos, já foram descobertas falhas de segurança. O Google garante que corrigiu esses problemas e afirmou que é mais seguro pagar por celular do que por cartão.

O Google Wallet não tem data para chegar ao Brasil, e seu modelo deve sofrer ajustes.

– Nem todas as situações que funcionam nos Estados Unidos são adequadas ao Brasil. Por lá, o Google Wallet foi muito eficiente para os motoristas no abastecimento, porque não há frentistas e o inverno rigoroso dificulta tirar as luvas para digitar a senha na máquina de cartão. Aqui, não temos essa necessidade, mas o celular seria útil nos restaurantes de comida a quilo, por exemplo – exemplifica Roncato.

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