A volta da era do diálogo
Consumidor passou a ser ouvido por empresas no desenvolvimento de produtos, mostram publicitários
Uma revolução tão desconcertante quanto a industrial está em curso pela velocidade sem precedentes na…
Consumidor passou a ser ouvido por empresas no desenvolvimento de produtos, mostram publicitários
Uma revolução tão desconcertante quanto a industrial está em curso pela velocidade sem precedentes na transformação da tecnologia e mudanças dos hábitos dos consumidores. E o pouco que se pode ter certeza até agora sobre onde essa ruptura irá parar é que o público não é mais um grande grupo homogêneo, está fragmentado e quer compartilhar e dialogar, mostraram os palestrantes reunidos no Mídia Show.
Realizado ontem na Capital pelo Grupo RBS para o mercado publicitário, a primeira edição do evento teve como tema a Integração Digital.
O mercado de massa passa a ser o mercado de um, a audiência da grande plateia é agora a de numerosas pequenas redes, o consumidor deixa de ser paciente para ser exigente e quer participar, deixando de apenas ser um espectador, decifrou Abel Reis, presidente e COO da AgênciaClick Isobar, uma das mais premiadas agências digitais do país.
– As marcas devem pensar a sua comunicação como um encontro a dois, em que não pode só um falar – compara Reis.
Para Walter Longo, responsável pela parte de estratégia e inovação do Grupo Newcomm, a comunicação eficaz de empresas e marcas com o seu público passará a ser quase como uma relação individual. Será amparada na abertura de canais para que o consumidor dê vazão ao desejo de ser um colaborador. Assim, terá despertado o sentimento de que o produto ou o serviço da empresa também pertence a ele.
– Estamos voltando ao diálogo depois de 50 anos de monólogo – disse Longo, em uma alusão ao fim do domínio da comunicação via meios tradicionais.
Apesar do reconhecimento à relevância que o ambiente digital tem para a publicidade, o sócio e diretor-geral de Criação da AlmapBBDO, Marcello Serpa, ressaltou que não se deve perder de vista o essencial da propaganda, as boas ideias:
– A mídia sempre vai se curvar a uma lei que é a mais antiga de todas na comunicação. Se você não encantar as pessoas, você não as engaja.
Uma das oportunidades de negócios para ampliar a exposição de produtos pode ser o uso de aplicativos em celulares para oferecer serviços no telefone móvel, mostrou Leo Xavier, diretor e sócio da Pontomobi Mobile Powerhouse. A empresa, pioneira no mercado de mobile marketing, há dois anos passou a integrar o Grupo RBS. Conforme Xavier, poucas empresas no Brasil despertaram para a importância de criar sites específicos para a navegação no celular.
Na abertura do evento, o vice-presidente executivo do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, lembrou que a proposta do Mídia Show é a de ampliar o debate sobre as transformações e seus impactos na indústria da comunicação e ajudar a entender como transpor as conclusões para ações concretas.
Novo consumidor
• Quer participar, dialogar, colaborar, para sentir que o produto ou serviço também pertence a ele, o que é uma forma de engajamento proporcionado pelas mídias digitais
• Quer uma relação quase que individual e de interatividade com a marca ou empresa
• Passa a ser único ou fragmentado em redes, deixando de pertencer a um grande bloco homogêneo
• Desdenha a comunicação de massa
• Não quer ser apenas passivo
• É crítico e exigente
• É ansioso por reconhecimento
• Vê a vida como um empreendimento
• Estabelece graus de conexões sociais diferentes e elásticos (como os “amigos” do Facebook)
• É receptivo a uma comunicação que une sentimento de aspiração e proporciona entretenimento.