Alta do compulsório deve frear a elevação do juro

As mudanças no compulsório anunciadas pelo Banco Central devem ser suficientes para evitar a elevação da taxa básica de juros (Selic) neste ano. A perspectiva é do diretor do Departamento de Pesquisas e…

As mudanças no compulsório anunciadas pelo Banco Central devem ser suficientes para evitar a elevação da taxa básica de juros (Selic) neste ano. A perspectiva é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação da Indústria de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. “Espero que essa decisão elimine a alternativa de elevação da Selic”, afirmou.

No entanto, a maioria dos analistas de mercado prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente a Selic, que hoje é de 8,75% ao ano, para 11,25% até o fim de 2010. As medidas anunciadas pelo BC reduzem a liquidez do mercado e a oferta de crédito pelos bancos, que terão de recolher mais dinheiro ao BC. “Já éramos contra o aumento da Selic antes da retomada das alíquotas pré-crise de recolhimento do compulsório. Agora somos duplamente contra”, disse Francini. Segundo ele, a Fiesp tem uma posição muito clara contra a alta da Selic porque considera que a capacidade produtiva da indústria não está ameaçada. “Existe folga dentro da estrutura industrial para alicerçar o crescimento do País.” O diretor evitou fazer críticas às mudanças no compulsório e ponderou que todos os países que adotaram ações de estímulo econômico durante a crise reavaliam até quando elas serão mantidas. “A percepção do governo é de que aquilo que deveria ter sido feito foi feito e demandava um esforço fiscal grande, mas temporário”, afirmou. Para Francini, a redução da oferta de crédito resultará em aumento do custo dos financiamentos. “Os efeitos serão semelhantes ao aumento da Selic para empresas e consumidores, mas sem impactar as contas públicas.” Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a decisão do BC de alterar o nível de compulsório dos bancos foi “muito adequada”. Segundo ele, a medida da autoridade monetária faz com que o sistema retorne ao status verificado no período pré-crise. “Foi uma medida importante, pois, agora, o BC considera que o crédito está normalizado”, disse. Mantega ressaltou que o sistema está muito líquido e prova disso é que os bancos estavam esterilizando essa liquidez em operações compromissadas. O ministro ressaltou que a sobra de caixa dos bancos que aplicam nos papéis do BC no overnight estava próxima a R$ 600 bilhões e que, agora, com a decisão da autoridade monetária, esse volume deve cair para algo em torno de R$ 530 bilhões. “Haverá uma troca, mas não haverá diminuição de crédito neste momento”, previu. “Liquidez um pouco menor não é problema”, emendou. O ministro negou que o Ministério da Fazenda defendesse, nos bastidores, mudanças no compulsório para evitar uma elevação da taxa Selic e disse que não vê razão para aumentar taxas de juros e spreads no País. Segundo ele, o aumento das taxas cobradas ao consumidor de dezembro para janeiro deve ser fruto de um conjunto de variáveis monitoradas pelas instituições financeiras. De acordo com o ministro, a área de consumo está tendo a oferta de crédito necessária nos últimos meses. E o crescimento da oferta de crédito observado em 2008 era exagerado e a expansão de 20% ao ano vista nos últimos meses “é muito boa”.

Veja também

    PesquisaNoticias

    Levantamento do Sindilojas Poa revela crescimento do comércio de vizinhança no R...

    Veja mais
    Noticias

    Edição especial do Menu Poa apresenta pautas do comércio para o futuro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Programação de atividades desta semana para as obras no Centro da capital

    Veja mais
    Noticias

    Último dia para confirmar presença no MENUPOA especial sobre Eleições Municipais

    Veja mais