Artigo: Cenários de 2024 e projeções para 2025

No RS, o crescimento esperado superará a média nacional

O ano de 2024 trouxe avanços significativos e desafios persistentes para a economia brasileira e regional. O Brasil deve encerrar o ano com um crescimento do PIB de 3,5%, impulsionado por uma economia aquecida, com taxa de desocupação em 6,2%, a menor em anos, e inflação acumulada de 4,88%. Este cenário reflete uma política fiscal expansionista, com altos gastos que estimularam a atividade econômica e as pressões inflacionárias. A Selic foi ajustada para 13,25% ao fim do ano, enquanto o câmbio desvalorizado alcançou R$ 6,00/USD.

No Rio Grande do Sul, o crescimento estimado de 4% em 2024 superou a média nacional, sustentado pela resiliência do setor agropecuário, que se manteve sólido mesmo após os impactos das enchentes. O comércio e os serviços também se destacaram, com expansão de 2,5% no volume de vendas. Este desempenho ressalta a capacidade do estado de superar adversidades e impulsionar sua economia.

Para 2025, projeta-se uma desaceleração no crescimento econômico nacional, com o PIB subindo 2,6%. O primeiro semestre deve herdar o ímpeto de 2024, mas o segundo semestre enfrenta riscos de recessão devido ao desgaste fiscal e à manutenção de juros elevados. A Selic deve atingir 15,75% no início do ano e recuar para 13,75% até o final de 2025. A inflação deve permanecer em torno de 4,63%, e o câmbio acima de R$ 6,00/USD.

No Rio Grande do Sul, o crescimento esperado de 3,1% novamente superará a média nacional, com boa safra agropecuária e um aumento de 2,5% no volume de vendas do comércio. A resiliência econômica do estado reflete sua base produtiva forte e políticas regionais eficientes.

A relação dívida/PIB projetada em 78,6% em 2024, com tendência de alta, e os altos custos de financiamento do Tesouro indicam fragilidade. O arcabouço fiscal atual é insuficiente para equilibrar os fatores macroeconômicos, pressionando juros reais e a sustentabilidade econômica no longo prazo.
Para o varejo, alguns cuidados: Criação de reservas para lidar com custos elevados e garantir acesso a linhas de crédito mais acessíveis. Além disso, mudanças no consumo, com maior foco em produtos de menor ticket médio, demandarão flexibilidade no mix de produtos oferecidos. Por fim, fique ligado que aumento de juros significa menos crédito!

Rodrigo de Assis

Economista do Sindilojas Porto Alegre

Artigo publicado no Jornal do Comércio em 29/01/25

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