Atacadistas reagem a projeto em que vereador impõe horários para o comércio na Capital

Um projeto de lei tramitando na Câmara de Vereadores de Porto Alegre quer limitar o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, varejistas e atacadistas da cidade. Segundo a proposta, os locais poderão funcionar de segunda-feira a sábado, entre 8h e 22h, e aos domingos e feriados, entre 14h e 20h. Uma audiência foi realizada, hoje, na Câmara de Vereadores. O presidente do Sindicato dos Atacadistas do Rio Grande do Sul, Leonardo Ely Schreiner, lembou que os limites de hora indicados na proposta não atendem às demandas do ramo, que precisa de horários diferenciados para fazer entregas na cidade.O autor do projeto, vereador Cláudio Janta (SDD), explicou que a proposta surgiu em função do que chamou de abuso de alguns setores que estendem horários, prejudicando os trabalhadores. Representando a Força Sindical, Marcelo Furtado, lembrou que funcionários de alguns dos shoppings de Porto Alegre são liberados após a meia-noite, quando há menos opções de transporte público e mais insegurança nas ruas. O relator da matéria, vereador Nereu D’Ávila (PDT) adiantou que deve vetar a proposta. Para ele, o problema deve ser resolvido na relação patrão e e empregado com base na CLT e não com uma lei geral.O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, classificou como desnecessário o projeto, destacando que fere a liberdade da iniciativa privada. O vereador Mauro Pinheiro lembrou que o comércio de bairros precisa atender clientela aos domingos de manhã, horário que não está contemplado no projeto. Ele protocolou duas emendas deixando de fora atacados e supermercados. Farmácias, cinemas, postos de combustíveis e restaurantes já estão excluídos do texto, lembrou. Dos maiores shoppings de Porto Alegre, só o BarraShoppingSul fica aberto até as 23h.