Bancários estimam que 400 agências pararam no Estado

Paralisação nacional é por reivindicação de um reajuste salarial de 12,8%

A greve nacional dos bancários, deflagrada ontem, começou com força em todo o País. Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o Comando Nacional dos Bancários, a paralisação acontece em 25 estados e no Distrito Federal, atingindo 4.191 agências de bancos públicos e privados. No Rio Grande do Sul, a greve fechou cerca de 400 agências, de acordo com a Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras do Estado (Fetrafi-RS).

Os bancários entraram em greve após a quinta rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), ocorrida na sexta-feira, em São Paulo, quando foi recusada a segunda proposta de reajuste de 8% sobre os salários. Anteriormente, os bancos haviam oferecido 7,8%. A Fenaban classificou a greve como “totalmente injustificada”. Conforme a entidade, a paralisação foi decidida com as negociações em andamento, sem que houvesse uma situação de impasse.

A categoria quer reajuste de 12,8% (5% de ganho real mais a inflação do período), valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, entre outros itens. “Com a força da greve, esperamos retomar as negociações com a Fenaban e conquistar uma proposta decente para os bancários. Os bancos obtiveram lucros acima de R$ 27,4 bilhões no primeiro semestre e têm plenas condições de atender as reivindicações”, defende Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

Somente na área de abrangência do SindBancários (Porto Alegre e 15 municípios da Região Metropolitana) a adesão à paralisação atingiu 216 agências bancárias. No primeiro dia da greve do ano passado, 191 unidades haviam interrompido as atividades. A expectativa do sindicato é de que haja um aumento entre 10% e 20% na adesão a partir de hoje.

A greve dos bancários deve deixar muitos cidadãos com contas a pagar nas mãos – isso se as faturas chegaram, já que os funcionários dos Correios também estão de braços cruzados. O atraso na entrega das contas e o fato de os bancos estarem com as portas cerradas não eximem o consumidor da responsabilidade de quitar seus débitos. Caso atrase o pagamento, ele pode ter que arcar com multas e juros de mora, além de ter seu nome incluído no cadastro de devedores.

Para não correr esses riscos, especialistas recomendam que o cliente procure a empresa e busque alternativas para saldar suas dívidas. “O consumidor deve tentar realizar o pagamento por outros meios, como caixas eletrônicos, internet ou telefone. Se não houver essa possibilidade deve procurar o fornecedor para que viabilize uma alternativa para o pagamento ou negociar a postergação da data de vencimento da dívida”, orienta Maria Elisa Novais, gerente-jurídica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste – Associação de Consumidores, alerta que não se deve deixar para a última hora a busca por alternativas. “O consumidor deve buscar uma solução com a empresa, pelo menos, quatro dias antes da data do vencimento. Quem tem conta em débito automático não precisa se preocupar”, observa.

A coordenadora da Proteste destaca ainda a importância do consumidor documentar-se. “É fundamental guardar o protocolo ou até mesmo pedir a gravação da ligação para a empresa. Se não conseguir contato por telefone ou e-mail, faça-o por escrito. Isto porque, se o cliente procurou o for-necedor e esse não lhe deu opções, não poderá aplicar sobre o valor da fatura juros de mora e multa.”

Para quem achar exagerada a insistência dos especialistas para que o consumidor busque opções para o pagamento da fatura, Maria Elisa esclarece: trata-se do princípio básico do Código de Defesa do Consumidor (CDC), a boa-fé.

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