Bancos aumentam juros do cheque especial

Assim que o Banco Central (BC) começou a aumentar a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação, em abril, os bancos também passaram a aumentar os juros cobrados nos empréstimos pessoais e no…

Assim que o Banco Central (BC) começou a aumentar a taxa básica de juros (Selic) para conter a inflação, em abril, os bancos também passaram a aumentar os juros cobrados nos empréstimos pessoais e no cheque especial. Segundo levantamento do Procon de São Paulo com dez instituições financeiras, as maiores variações ocorreram no cheque especial, modalidade de crédito pessoal que cobra os juros mais altos. De abril a agosto, as taxas aumentaram em oito bancos, com alta de até 12,43% no Banco do Brasil (BB), que passou a cobrar 8,50% ao mês ao invés de 7,56%. Já o empréstimo pessoal ficou mais caro em cinco instituições e chegou a aumentar até 8,9%, também no BB, cuja taxa passou de 5,50% em abril para 5,99% no mês passado. As variações das taxas bancárias, no entanto, foram menores do que a elevação da Selic, que aumentou 15,5% no período, passando de 11,25% ao ano para 13%.

O Safra continuou cobrando a maior taxa entre os dez bancos pesquisados, embora não tenha registrado o maior aumento no período. Antes da alta da Selic, o banco cobrava 11,79% ao mês no cheque especial. Em agosto, o Safra passou a cobrar 12,30%, 4,32% a mais. O segundo banco mais caro passou a ser o Santander, que aumentou os juros em 10,73%, passando de 8,38% para 9,28%. O Real vem logo atrás, com aumento de 10,47%, elevando a taxa de 8,40% para 9,28%. A Caixa Econômica Federal também subiu os juros do cheque especial em mais de 10%, mas continuou oferecendo o crédito mais barato. A taxa passou de 7,20% para 7,98%, variação de 10,83%.

No caso do empréstimo pessoal, atualmente a maior taxa é a do Itaú. O banco passou a cobrar juros de 6,64% ao mês, 8,49% a mais do que a taxa de abril (6,12%). O Unibanco não modificou sua taxa (6,59%), mas ainda oferece o segundo empréstimo mais caro do mercado. Em seguida vem o Banco do Brasil, com taxa de 5,99%. Os menores juros entre os dez pesquisados são os da Caixa Econômica Federal (4,49%) e da Nossa Caixa (4,70%), que permanecem os mesmos de antes da alta da Selic.

O Banco do Brasil, que promoveu as maiores elevações proporcionais das taxas no período, afirmou em nota que “o aumento do custo de captação fez com que o mercado realinhasse suas taxas de juros”. E acrescentou que, ainda assim, “as taxas praticadas pelo Banco do Brasil estão entre as menores do segmento, o que pode ser confirmado pelos dados do Banco Central referentes às taxas médias cobradas pelas instituições bancárias no País”. Itaú e Safra, que cobram os maiores juros entre os dez bancos pesquisados, não quiseram comentar o levantamento.

As pesquisas foram realizadas nos dias 02 de abril e 04 de agosto. Considerando que existe a possibilidade de variação da taxa do empréstimo pessoal em função do prazo do contrato, foi estipulado o período de 12 meses, já que todos os bancos pesquisados trabalham com este prazo. Os dados coletados referem-se a taxas máximas pré-fixadas para clientes não-preferenciais.

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