Brasil levará 18 anos para alcançar média mundial de desigualdade de renda
Taxa de redução da desigualdade no Brasil é considerada uma das mais aceleradas do mundo
Embora a desigualdade da distribuição de renda no Brasil esteja em queda, tendo recuado 7% nos últimos seis anos, ainda faltam pelo menos 18 anos para o paÃs se alinhar à média da desigualdade mundial. A avaliação foi feita nesta segunda-feira pelo pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Ricardo Paes de Barros.
A taxa de redução da desigualdade no Brasil é considerada uma das mais aceleradas do mundo, mas não suficiente, segundo o pesquisador, para colocar o paÃs na média mundial.
— A nossa desigualdade é imensa. Mas, na velocidade que vamos, para fazer ela chegar à desigualdade registrada no mundo, ainda temos que repetir o nosso desempenho dos últimos seis anos.
Segundo ele, a desigualdade no paÃs ainda é um problema, apesar da queda nos Ãndices ser consistente, puxada pelo aumento da renda dos mais pobres. Para Barros, o desafio da polÃtica social para os próximos anos é reduzir a desigualdade social elevando a renda obtida pelos mais pobres por meio do trabalho. Segundo o pesquisador do Ipea, os programas assistenciais como o bolsa famÃlia, além dos benefÃcios da previdência, não são saÃdas capazes de dar fim ao problema.
— O bolsa famÃlia oferece condições mÃnimas de a pessoa procurar um emprego, educar os filhos, mas é preciso uma polÃtica que dê oportunidade de aproveitar o potencial produtivo do cidadão, para que ele gere renda e saia da pobreza por seus próprios meios — destacou.
De acordo com o Ipea, dentre 74 paÃses sobre os quais há informações a respeito da evolução do coeficiente Gini (Ãndice que mede a diferença entre os mais ricos e os mais pobres do paÃs), menos de 25% conseguiram reduzir a desigualdade no mesmo ritmo que o Brasil (7%).
O progresso, no entanto, só fez o paÃs subir cinco posições no ranking da desigualdade social, composto por 126 paÃses. Assim, 113 paÃses apresentam distribuição de renda menos concentrada que a do Brasil, embora 62% deles tenham renda per capita menor do que a brasileira.