Brasileiro que fatura 1,5 mi de dólares com negócio nos EUA conta case de sucesso na 9ª FBV

Ricardo Rosa apresentou a palestra “Fome por empreender – Como uma empresa fundada por Brasileiros nos EUA popularizou a coxinha entre os americanos”.

Depois de nove anos nos Estados Unidos, Ricardo Rosa, empreendedor e cofundador da Petisco Brazuca, retornou ao Brasil para participar da 9ª Feira Brasileira do Varejo (FBV). Na palestra “Fome por empreender – Como uma empresa fundada por Brasileiros nos EUA popularizou a coxinha entre os americanos”, que integrou a programação do Congresso Brasileira do Varejo, Ricardo dividiu sua trajetória empreendedora e como aproveitou as oportunidades que lhe foram apresentadas.

Quando Ricardo e a esposa Vanessa mudaram-se para os Estados Unidos, o objetivo era apenas estudar um novo idioma. Foi em uma festa entre amigos que perceberam um nicho de mercado: a venda de coxinhas, receita tipicamente brasileira. Assim, em 2013, deram início a operação do primeiro aplicativo de delivery de petiscos brasileiros no país – o Petisco Brazuca. “Nós não inventamos a coxinha, nem o delivery, mas nós criamos um serviço de qualidade para melhorar a experiência do cliente que quisesse acesso a esse produto pouco oferecido no país”, observou o empreendedor.

Com infraestrutura enxuta, sistema simplificado e foco na experiência de compra, Ricardo e Vanessa decidiram focar os esforços iniciais em criar uma base de clientes brasileiros, visto que isso equivaleria a um mercado de 1,7 milhão de potenciais clientes em solo americano. “Por que preciso ensinar o americano a consumir coxinha, no primeiro momento, se eu já tenho o brasileiro que acredita nesse produto por onde posso começar?”, questionou o palestrante. Para isso, foi criada uma estratégia de marketing focada nesse público: “Nos propomos a criar algo novo de apelo midiático no Brasil a cada ano”. Dessa forma, mantinham-se relevantes no Brasil e, consequentemente, atingiam a população brasileira nos Estados Unidos com custo mais baixo.

A estratégia inicial trouxe resultados e, em 2017, chegou o momento de se aproximar do mercado estadunidense. “Para entender como os americanos consomem, abrimos a primeira loja física em um bairro pouco dominado por brasileiros – o Brooklyn. Lá podíamos observar como esse público reagia a um produto desconhecido”, relatou. Com a loja instalada e funcionando, foram em busca de uma validação dentro do país. A empresa conseguiu ser a primeira de culinária brasileira a ganhar espaço na maior feira de rua americana, a Smorgasburg, em 2019. “Com quatro meses de feira aos finais de semana, alcançamos um faturamento de 400 mil dólares, 150 espaços de mídia em sites e publicações, além de convites para dez outras feiras”, destacou Ricardo.

Em meio a pandemia, foi necessário rever o planejamento da empresa. A criação de produtos digitais para apoiar small business, campanhas para os clientes entenderem sua importância para o negócio, fechamento de parceria com uma empresa de congelados para venda por assinatura permitiram não somente a sustentabilidade do negócio, mas também o aumento de 30% do faturamento. Com o retorno das atividades presenciais, a Petisco Brazuca chegou a 1,5 milhão de dólares de faturamento anual, sendo 750 mil somente nas feiras de maio a outubro, além de alcançar mais de 50 mil clientes. “Se eu posso ensinar algo com a minha trajetória, é de estarmos abertos ao que está acontecendo à nossa volta e de criarmos um ambiente favorável para o nosso negócio”, concluiu.