CAGED de dezembro 2024: Fechamento do ano do mercado de trabalho

Com a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) para dezembro de 2024, é possível traçar um panorama do desempenho do mercado de trabalho em Porto Alegre ao longo do ano e compará-lo com 2023. Os números evidenciam oscilações em setores estratégicos e uma dinâmica de crescimento que variou entre os dois períodos.

O mês de dezembro de 2024 registrou 20.484 admissões e 23.378 desligamentos em Porto Alegre, resultando em um saldo negativo de -2.895 postos de trabalho. O estoque de empregos formais ficou em 577.147 vínculos ativos, representando uma variação relativa de -0,50%. Entre os setores mais impactados no último mês do ano, Educação (-1.516 postos), Alojamento e Alimentação (-1.271 postos) e Construção (-491 postos) apresentaram as maiores perdas, enquanto Atividades Administrativas e Serviços Complementares (+633 postos) e Água, Esgoto e Atividades Correlatas (+225 postos) foram os que mais cresceram.

Ao expandirmos a análise para todo o ano de 2024, observamos que o saldo acumulado de empregos formais em Porto Alegre foi de 12.994 postos, um número levemente inferior ao registrado em 2023, que fechou com 13.796 postos. Durante 2024, os meses de setembro e novembro foram os mais positivos, com +3.737 e +2.174 postos de trabalho, respectivamente, enquanto maio e dezembro apresentaram as maiores perdas, com -2.592 e -2.895 postos. Em comparação, 2023 teve um saldo de 13.796 postos de trabalho, com um total de 255.633 admissões e 241.837 desligamentos. O estoque de empregos formais ao final do ano foi de 564.153 vínculos ativos, com uma variação relativa de -0,67%. No último mês de 2023, os números também foram negativos, com um saldo de -3.564 postos, destacando a recorrência de quedas no fechamento do ano.

A análise do estoque de empregos formais evidencia a dimensão total do mercado de trabalho em Porto Alegre. Em 2023, o estoque total fechou o ano com 564.153 vínculos ativos, distribuídos entre os principais setores. O setor de Serviços, que lidera a ocupação formal na cidade, possuía 401.368 vínculos ativos, seguido pelo Comércio, com 104.485 vínculos, e pela Indústria, com 29.072 vínculos. A Construção Civil, apesar do saldo negativo no ano, manteve um estoque de 27.901 postos de trabalho. Esses números ajudam a dimensionar a importância setorial no município e evidenciam que, apesar das flutuações mensais, a base de empregos continua sendo expressiva. Em 2024, o estoque total de empregos formais subiu para 577.147 vínculos, indicando uma expansão de 2,30% ao longo do ano. Os setores que mais cresceram foram Serviços, que atingiu 411.012 vínculos, Comércio com 105.124 e Indústria com 29.595, enquanto Construção registrou 29.961 vínculos, demonstrando recuperação em relação ao ano anterior.

A distribuição setorial também sofreu alterações significativas entre os dois anos. Em 2023, os setores que mais contribuíram para o saldo positivo foram Serviços (+13.321 postos), Comércio (+524 postos) e Indústria (+427 postos), enquanto Construção (-507 postos) e Administração Pública, Defesa, Segurança Social, Educação e Saúde (-1.196 postos) tiveram saldo negativo. Já em 2024, os setores mais aquecidos foram Atividades Administrativas e Serviços Complementares (+5.580 postos), Saúde Humana e Serviços Sociais (+3.487 postos) e Construção (+2.319 postos). Um dos destaques negativos foi o setor de Alojamento e Alimentação, que passou de um saldo positivo de +3.092 postos em 2023 para um déficit de -2.997 postos em 2024, evidenciando uma retração expressiva.

No contexto nacional, o saldo de empregos em 2024 teve um crescimento de 16,5% em relação ao saldo registrado em 2023, segundo dados do Novo Caged. Foram gerados 1.693.673 postos de trabalho em 2024, contra 1.454.124 no ano de 2023. Em dezembro de 2024, o saldo nacional apresentou uma redução de 535.547 empregos, com uma variação relativa de -1,12%, um comportamento sazonal típico do período de final de ano. Em Porto Alegre, o saldo de dezembro foi negativo em -2.895 postos, representando -0,50%, indicando que a capital gaúcha sofreu menos impacto proporcionalmente do que a média nacional na perda de empregos no último mês do ano.