Cai confiança do consumidor, mas expectativa de consumo permanece inalterada

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias do mês de junho registrou queda de 3,5%, atingindo 128,5 pontos, mostrando confiança elevada, porém decrescente, o que reflete a esperada desaceleração da…

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias do mês de junho registrou queda de 3,5%, atingindo 128,5 pontos, mostrando confiança elevada, porém decrescente, o que reflete a esperada desaceleração da economia no segundo semestre. Esse resultado se deu com o decréscimo de cinco indicadores: perspectiva profissional atual (-3,4% com 140 pontos), renda atual (- 3% com 139 pontos), consumo atual (-10,7% com 96,7 pontos), perspectiva de consumo (-8,8% com 107,3 pontos) e situação para aquisição de duráveis (-8,4% com 142,1 pontos). Ademais, houve elevação em dois indicadores: emprego atual (+8,6% com 137,7) e acesso a crédito (+0,5% com 135,4 pontos). Os dados indicam uma queda generalizada a partir de um alto nível de confiança, com a exceção do consumo atual, que ficou abaixo de 100 pontos.
Cabe assinalar que os indicadores que registraram variação negativa neste mês, apresentaram reduções significativas, como apontamos acima. Não obstante, com a exceção dos indicadores consumo atual e perspectiva de consumo, todos os demais apresentam níveis de confiança acima dos 130 pontos, mostrando alta confiança do consumidor em relação aos mesmos. O principal motivador dessa elevada confiança é o ótimo momento do mercado de trabalho que gerou 96 mil vagas até o mês de maio, fazendo a taxa de desemprego cair a níveis muito baixos. Contudo, salientamos que é natural que essa elevada confiança comece a se arrefecer, por dois motivos: (i) é esperado que esses indicadores comecem a cair paulatinamente até o final do ano, tendo em vista que todas as perguntas são referentes ao período atual em relação ao ano anterior, por isso, temos uma base fraca (a crise) como comparação; e (ii) a economia deverá crescer a taxas cada vez menores, saindo de uma taxa anualizada de mais de 10% para convergir a uma taxa anual de 5% entre o segundo semestre de 2010 e primeiro semestre de 2011.
Além disso, destacamos que os indicadores consumo atual e perspectiva de consumo, estão em 96,7 e 107,3 pontos, respectivamente, o que mostra que as famílias estão levemente pessimistas em relação ao seu consumo no mês de junho, mas confiantes em elevar seu consumo nos próximos meses. Esse resultado, que aparentemente assusta, deve ser olhando sob a seguinte ótica. Primeiro, as famílias reduziram significativamente seu endividamento e sua inadimplência, como indica a pesquisa PEIC (CNC/Fecomércio-RS), nos dizendo que essa variação negativa deve ter sido causada por um ajuste financeiro, fator fundamental para garantir no futuro próximo a manutenção do consumo, uma vez que as famílias reduzem seu gasto com juros. Ademais, vale destacar que a pergunta que gera esse indicador de consumo atual questiona se a família está consumindo mais, menos ou igual ao mesmo período do ano passado, o que trás uma base de comparação alta, pois os efeitos da crise já estavam se dissipando no comércio nesse período. Ainda, olhando as respostas dos indivíduos vemos que mais de 66% dizem que irão consumir mais ou igual ao ano passado, demonstrando que as chances do consumo cair em junho e julho por causa da confiança são reduzidas. Por fim, destacamos que o indicador perspectiva de consumo está otimista, o que mostra uma disposição e uma expectativa em aumentar o consumo bastante elevada. Dessa forma, entendemos que os indicadores de consumo estão refletindo uma redução pontual no mês de junho, combinada com a natural desaceleração na taxa de crescimento da economia, indicando que o consumo, assim como todas as outras variáveis macroeconômicas, deve começar a crescer a taxas mais suaves daqui para frente.
Assim sendo, analisamos que a intenção de consumo das famílias está apontando confiança na atual conjuntura econômica, porém, agora, começa a refletir a desaceleração natural e já esperada da economia no segundo semestre, visto que os indicadores apresentam confiança, mas já em um nível menos elevado. Em resumo, a pesquisa está indicando o que esperávamos para o atual cenário, de tal forma que o consumo deve continuar se elevando, mas reduzindo sua taxa de crescimento ao longo do segundo semestre, fechando o ano entre 6,6% e 7,4%.

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