Câmbio dá corda a brinquedos

Com a queda do dólar, Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, será impulsionado por produtos vindos do Exterior

A queda de 30% do dólar desde o início do ano passado se transformou em motivo de alegria para a garotada, alívio no bolso dos pais e preocupação para fabricantes nacionais de brinquedos. A duas semanas do Dia das Crianças, principal data de vendas do setor, o câmbio incentiva a compra de produtos fabricados principalmente na China, que chegam às prateleiras a preços até inferiores a 2009.

Até agosto, as importações cresceram 43,9% sobre período equivalente do ano passado. E os itens manufaturados no Exterior abocanham hoje 60% do mercado nacional, calcula a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). No varejo, entretanto, a sensação é de que a invasão é até maior.

– Ano passado, os importados representavam de 60% a 65% do que tínhamos na loja e, agora, chega a 75%. Os preços, em média, caíram 30%. O dólar mais estável ajudou a formar estoques maiores – conta Beatriz Mayer, supervisora da rede de lojas de brinquedos Del Turista, uma das principais na Capital.

A impressão é compartilhada pelo casal Pavel Machado, 24 anos, e Ruth Garcia, 22 anos, que ontem pesquisava preços para as compras do Dia das Crianças para o filho, Miguel Machado, de dois anos e nove meses, e sobrinhos.
– Os brinquedos têm qualidade, e os preços estão bons – confirmou Ruth.

Preços dos produtos de fora caíram, diz presidente da Agas
Consultando as suas planilhas, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, afirmou que, enquanto os preços dos produtos nacionais subiram, os dos importados caíram. Longo nota que mais de dois terços dos brinquedos vendidos nos supermercados gaúchos vêm do Exterior. Os fabricantes nacionais conseguem ser competitivos especialmente em produtos de baixo valor agregado, observou.

Setor ganha incentivo
Uma recente decisão do governo federal pode dar pilhas novas à indústria nacional. Em agosto, a alíquota de importação de partes e peças de dois tipos de brinquedos – de um total de 17 – foi reduzida de 20% para 2%, e a Abrinq luta para que o benefício seja estendido. O setor espera receber incentivo à montagem de brinquedos com importações de componentes mais baratas.

– Os importados dominam 60% do volume de vendas, mas acreditamos que no ano que vem será 50% a 50% – arrisca o coordenador de relações institucionais da Abrinq, Franklin de Mello Neto, explicando que as vendas dos produtos nacionais crescem, mas a ritmo inferior ao do mercado.

Para o setor, a carga tributária no Brasil é uma brincadeira sem graça. Enquanto na China os impostos sobre os produtos vão de 7% a 13%, no Brasil variam de 38% a 42%.

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