Cheques cedem lugar aos cartões
É caminho sem volta: o cheque como instrumento de pagamento ainda não está com os seus dias contados, mas a cada ano o seu uso cai expressivamente. Pesquisa do Banco Central (BC) registra queda acumulada de…
É caminho sem volta: o cheque como instrumento de pagamento ainda não está com os seus dias contados, mas a cada ano o seu uso cai expressivamente. Pesquisa do Banco Central (BC) registra queda acumulada de 37% na utilização do cheque entre os anos de 2004 e 2009. Durante o mesmo período o uso dos cartões (crédito e débito) seguiu caminho inverso. As transações com cartão de débito, por exemplo, cresceram 153% e as feitas com o cartão de crédito aumentaram 122%.
No caso dos cheques, em 2004 foram emitidos 1,967 bilhão de documentos no país. Já em 2009, o número caiu para 1,233 bilhão de documentos (-37%), aponta o Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo do Brasil, elaborado pelo BC. “Essa é uma tendência mundial decorrente da evolução da tecnologia”, afirma o presidente da Associação dos Bancos do Rio Grande do Sul (Asban/RS), Mathias Renner. O cartão exige o pagamento de taxa de administração, mas é seguro, confiável e prático tanto para o varejo como para os consumidores, observa o banqueiro.
De acordo com o Diagnóstico, no ano de 2004 ocorreram 912 milhões de transações com o uso do cartão de débito no Brasil. O crescimento visto nos anos seguintes foi explosivo. Em 2009, o total de transações expandiu-se para 2,309 bilhões – alta de 153%. Com o cartão de crédito, os números dos dois anos de comparação mostram também forte elevação: no primeiro foram computadas 1,253 bilhão de transações e no último, 2,777 bilhões de transações. Em valores financeiros, o saldo é igualmente grandioso.
Segundo o BC, a representatividade dos cheques ainda é muito maior em termos de movimentação de capital. Em 2004, o dinheiro transacionado em cheques foi de R$ 1,003 trilhão. Em 2009, o volume subiu, comparativamente, 9% e totalizou R$ 1,090 trilhão. Porcentualmente, entretanto, nos cartões a expansão foi mais significativa. Se em 2004 os brasileiros movimentaram R$ 42 bilhões com os cartões de débito, em 2009 o saldo subiu para R$ 122 bilhões, ou 188% de alta.