Classe C passa de 100 milhões

Pesquisa que define losango como nova estrutura social, mostra que principal desejo é a melhoria das condições de moradia

Com o ingresso de mais 19 milhões de brasileiros de renda mais baixa na classe C no ano passado, essa faixa passou a ser a maior do país, com 101 milhões de pessoas, mais da metade da população, mudando o formato da estrutura social para um losango. Com mais dinheiro no bolso, os brasileiros fazem ambiciosos planos de consumo, focados na melhoria das condições de moradia – móveis, eletrodomésticos, e decoração – e em lazer e viagens, aponta a pesquisa O Observador 2011. – A intenção de compra é a melhor possível – resumiu Miltonleise Carreiro Filho, vice-presidente da Cetelem BGN, empresa que encomendou o estudo à Ipsos Public Affairs. O maior aumento de renda ocorreu na Região Sul, com crescimento de 84,5% no total mensal disponível depois de quitadas as despesas obrigatórias. A pesquisa divulgada ontem anuncia o fim da pirâmide da classificação econômica – com muitos ganhando pouco e poucos ganhando muito. Desde 2005, quando começou o levantamento, a classe C cresceu 62%, enquanto a D/E encolheu 49%. Também houve mudança para a fatia superior. De 2005 a 2009, 4 milhões de brasileiros foram incorporados às classes A/B. Só no ano passado, outros 12 milhões se somaram à faixa, transformando o desenho da distribuição de renda em um losango, explicou Marcos Etchegoyen, presidente da Cetelem BGN. Também houve uma acentuada popularização das compras pela internet, relevou a pesquisa. Em 2005, a renda média dos que tinham esse hábito era de R$ 4.013. No ano passado, caiu para R$ 2.684, com 41% da população tendo acesso à rede.

Grau de otimismo saltou de 20% para 42% em 5 anos

Outra consequência do aumento da renda e das condições de consumo é a melhora do ânimo. Em 2005, apenas 20% da população usava “otimismo” para descrever o sentimento em relação ao futuro. No ano passado, a fatia duplicou, para 42%. Nos 13 países onde pesquisa idêntica é feita, em iniciativa do grupo BNP Paribas, o Brasil teve a melhor avaliação. E embora a classe C siga no foco da atenção das empresas em busca de consumidores, é bom prestar atenção nas camadas inferiores: a renda familiar nas classes D/E foi a mais acentuada do ano passado, levando a renda média declarada para R$ 809 mensais.

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