Com alta do dólar, brasileiro perde poder de compra

PIB per capita, que mostra a divisão da criação de riqueza do país pelo número de habitantes, vem encolhendo

A alta do dólar em relação ao real nos últimos meses deixou o brasileiro “mais pobre”. Apesar de o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre ter ficado acima das expectativas, com alta de 1,5% sobre o trimestre anterior, o fato é que, em dólar, o brasileiro já perde poder de compra.

O PIB per capita, que mostra a divisão da criação de riqueza do país pelo número de habitantes, vem encolhendo. Depois de atingir o pico de US$ 12.690 em 2011, caiu para US$ 11.460 no ano passado. O repique do PIB no segundo trimestre fez esse ganho voltar para a casa de US$ 12 mil.

Para o encerramento deste ano, a perspectiva de baixa permanece. Segundo cálculo da analista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada, ao final de 2013, a cota de riqueza de cada brasileiro será de US$ 10.920, quase 5% abaixo do valor ao final do ano passado – considerando-se um crescimento de 2,1% do PIB e uma taxa de câmbio de R$ 2,40. Será a primeira vez, desde 2009, que o resultado ficará abaixo de US$ 11 mil. Naquele ano, o PIB per capita foi de US$ 8.470.

A queda na riqueza individual não é um mero efeito contábil. Na vida real, a cotação do dólar baliza – direta e indiretamente – o preço de uma série de produtos. Os importados exprimem a variação de maneira instantânea. Se há alta, como agora, o preço sobe na hora.

Insumos

Insumos e componentes importados estão embutidos numa incontável lista de produtos produzidos dentro das fronteiras. O Brasil importa mais da metade do trigo que consome – e trigo vira farinha, a essência do pãozinho. Apesar de as cervejas nacionais terem na composição misturas a base de milho e arroz produzidos no mercado interno, por volta de 40% dos ingredientes são importados.

No celular, 70% dos componentes são comprados com moeda estrangeira. De 2007 para cá, o chamado índice de penetração de importados, que mede a participação de insumos e componentes estrangeiros nas linhas de produção brasileiras, só fez aumentar. Nos produtos feitos a base de petróleo, passou de 11% para 21%. Nos têxteis, de 12% para 22%. Na metalurgia, foi de 13% para 20%.

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