Como gastar menos com o ponto comercial

A crise econômica trouxe ao menos um benefício para os empreendedores: a possibilidade de negociar os custos de ocupação com o dono do imóvel.

A crise econômica trouxe ao menos um benefício para os empreendedores: a possibilidade de negociar os custos de ocupação com o dono do imóvel. No entanto, é preciso saber como e com quem dá para pleitear valores melhores. Uma parte dos proprietários de fato tem sido mais flexível. São donos de imóveis ou administradoras de shoppings que sentiram a crise e viram seus inquilinos fechar as portas. Essas pessoas estão mais abertas a negociar os valores para não deixar o ponto parado.

Por outro lado, há também os proprietários de locais que não sofreram tanto ou que preferem manter os preços altos, mesmo que os imóveis fiquem vagos. É preciso analisar os imóveis e as regiões para entender em que medida será possível negociar um desconto. Se houver essa abertura, fique atento nos tópicos a seguir.

Pontos de rua

Os empreendedores que buscam pontos comerciais na rua podem economizar no aluguel, no valor do ponto em si e na carência de pagamento. “O desconto pode ser proporcional à reforma que a empresa irá fazer no local, ou seja, quanto o empreendedor irá agregar ao patrimônio. Por exemplo, uma melhoria na vitrine”, diz Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores.

Polos comerciais

Caso tenha interesse em montar uma loja em ruas especializadas, como aquelas que reúnem as lojas de móveis ou de vestidos de noiva, fique de olho no número de estabelecimentos fechados. “Se a quantidade de lojas diminui, a frequência e o fluxo de pessoas caem também. A chance de retorno é menor nessas situações”, afirma Ana Paula.

Pontos de shopping

Os aspectos a serem negociados com o shopping são as luvas (que podem ser abatidas) e o aluguel. Este pode ser reduzido ao seu valor mínimo por um tempo, e o aluguel variável (proporcional às vendas da loja) passa a ser cobrado depois de um número de meses. Quando for conversar com a administradora, leve informações para fundamentar o pedido de desconto, como um plano de negócios e uma projeção de vendas. “Passou a época em que a relação entre shopping e lojista não era transparente. O shopping pode ceder, mas vai exigir o retorno do aluguel que você deixou de pagar no começo”, diz Ana Paula.

Foco no seu caso

Não é porque o dono da loja vizinha conseguiu um valor melhor que você também o conquistará. “Shopping não dá desconto de aluguel para todo mundo. Alguns segmentos foram mais afetados pela crise, mas muita gente está vendendo bem”, diz Marcos Hirai, sócio-diretor da consultoria GS&BGH. “O desconto será feito caso a caso, em razão da situação do lojista. A administradora do shopping sabe quem está mais afetado”, afirma ele.

Shoppings novos vs. consolidados

Segundo Hirai, os shopping com mais de quatro anos de atividade, tidos como consolidados, têm vacância mais baixa. “Nesses locais, os valores de entrada ainda são altos”, diz ele. Já nos novos há mais espaços desocupados. “Esses shoppings foram lançados quando o consumo já estava arrefecendo. Pode ser um momento de grandes oportunidades para os lojistas entrantes”, afirma Hirai.

Cuidado com as vendas

Antes de fechar com um ponto em um shopping com vacância alta e desconto bom, faça uma análise crítica. “Não caia na tentação de montar negócio em um lugar que não vá gerar renda”, diz Ana Paula. “Precisa ser um bom ponto no médio prazo. Se a região não está bem e não tem previsão de melhorar, evite”, afirma ela.

Peça ajuda ao franqueador

Os franqueados devem receber apoio e orientação na escolha do ponto. O franqueador pode até tomar a frente da negociação com o dono do imóvel ou a administradora do shopping. “Ele tem um conjunto de lojas para negociar e consegue melhores condições”, diz Hirai.

Fonte: PEGN

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