Competências do profissional do futuro

Habilidades comportamentais nunca foram tão importantes para as empresas. Conheça as competências essenciais aos profissionais do futuro e saiba como garantir pessoas com esse perfil no seu negócio.

2020 chegou para balançar as estruturas e deixar óbvio para pessoas e empresas de que é preciso evoluir. Foco absoluto na experiência do cliente, simplificação dos processos e protagonismo das pessoas são algumas das transformações mais urgentes para as empresas. Mas, para isso, é essencial ter as pessoas certas – com as competências adequadas – na construção de uma jornada bem-sucedida. 

De acordo com o World Economic Forum (WEF/ Fórum Econômico Mundial), o avanço em áreas como inteligência artificial, aprendizado de máquina, robótica, nanotecnologia, impressão 3D, genética e biotecnologia causou mudanças profundas nos negócios. No mercado de trabalho, isso refletiu na exigência de novas habilidades, essenciais para profissionais e organizações que quiserem se manter relevantes no futuro. Segundo o estudo “O futuro do trabalho” (WEF, 2016), pensamento crítico, resolução de problemas complexos, flexibilidade cognitiva e inteligência emocional são algumas dessas competências básicas para o ano de 2020.

Vez das soft skills
Termos comuns entre profissionais de RH, as soft skills e as hard skills são as competências que os recrutadores precisam ficar de olho na hora de contratar. “As hard skills são as habilidades ligadas ao trabalho, atividade ou função. Já as soft skills são as habilidades utilizadas nos relacionamentos interpessoais, como adaptabilidade, resiliência, gestão do tempo, negociação, empatia e inteligência emocional”, explica a psicóloga Roberta Fonseca, sócia-diretora da Muv Recursos Humanos.

Outra habilidade fundamental para lidar com as transformações constantes do mundo é a capacidade de desaprender e reaprender novamente. Como comenta Lízia Borba, responsável pela Escola Conquer em Porto Alegre, o profissional do futuro precisa estar preparado para buscar novos conhecimentos e até mesmo ressignificar o que já sabe. “A mentalidade de crescimento, a capacidade de inovar, a visão do erro como um aprendizado e a facilidade de se adaptar às mudanças são comportamentos que traduzem isso”, menciona. 

Radar de talentos
Mas como identificar pessoas desse perfil? O primeiro passo, de acordo com Lízia, é a empresa mapear os requisitos que deseja nos seus colaboradores. Mapeamento que deve considerar a cultura da empresa. Depois, é preciso trabalhar na construção de uma marca empregadora atrativa, tornando a empresa desejada por bons profissionais. Por fim, o processo seletivo tem o papel de investigar o comportamento do candidato, entendendo se ele possui aderência tanto à empresa quanto à vaga. 

“A prática de avaliar o candidato não só pelo conhecimento técnico, mas também pelas atitudes e qualidades pessoais têm gerado resultados positivos para as empresas”, afirma Lízia. É exatamente isso o que afirma o psicólogo e autor de best-sellers Daniel Goleman nas suas obras quando diz que o quociente emocional (QE) representa 80% das aptidões necessárias para se tornar uma pessoa bem-sucedida. Além dele, a consultoria empresarial TalentSmart afirma que 58% do desempenho de qualquer profissional está relacionado à inteligência emocional.

Inteligência o quê?
Conviver em sociedade nem sempre é tarefa fácil. E, profissionalmente, os desafios podem ser ainda maiores com testes diários não só de conhecimento, mas de paciência. Nesse caso, pessoas com alto nível de inteligência emocional costumam se dar melhor. Mas o que, afinal, é inteligência emocional?

De acordo com estudiosos, é a forma como as pessoas administram suas emoções e como lidam em situações de pressão e estresse. Mas não significa sufocar sentimentos, e sim saber a hora e local certo para deixar eles fluírem livremente. “Pessoas com bom nível de inteligência emocional tendem a ser mais resilientes frente a desafios, por exemplo. E, para as empresas se adaptarem e crescerem nesse ambiente de mudanças rápidas e complexas, é fundamental ter pessoas com habilidades socioemocionais desenvolvidas”, complementa Lízia. 

Escolha estratégica
Contratar as pessoas certas é um dos maiores desafios do gestor – e precisa ser encarado dessa forma mesmo. Além do custo financeiro de contratar e ter que desligar profissionais que não deram certo, há o custo incontável de ter pessoas inadequadas representando a marca com o cliente. Selecionar corretamente depende de um processo minucioso, que precisa avaliar bem as habilidades comportamentais. “Muitos candidatos são contratados pelo perfil técnico, mas são demitidos por questões comportamentais. Por isso é tão importante olhar para as soft skills”, alerta Roberta. Nesse caso, ela sugere entrevistas com situações hipotéticas ou reais da empresa para prever como o avaliado lida com possíveis cenários, sua capacidade de resolução de problemas e suas habilidades interpessoais. “Mas não adianta ter um profissional com várias soft skills interessantes se a empresa não ‘alimentar’ este colaborador com treinamentos, estimular o seu crescimento e apoiá-lo em sua jornada dentro da organização. É uma via de mão dupla”, pontua Roberta.

10 soft skills para 2020
Fonte: WEF, 2016

Resolução de problemas complexos: desenvolvida com o tempo, é a capacidade de dar novas soluções a questões inéditas, a partir de uma base sólida de pensamento crítico.

Pensamento crítico: combinação de lógica e raciocínio para questionar os problemas e o status quo, considerando os “prós” e “contras” em cada abordagem.

Criatividade: conexão de informações aparentemente desconexas para levar a uma ideia nova.

Gestão de pessoas: prática de gerenciar as habilidades disponíveis aos projetos e de motivar as pessoas.

Colaboração: habilidade de se relacionar bem com colegas e superiores, diretamente ligara à destreza de se comunicar.

Inteligência emocional: conhecimento para identificar e controlar as próprias emoções e dar o tratamento adequado aos sentimentos de terceiros.

Tomada de decisões: aptidão para analisar dados e informações que embasem as escolhas e levam a decisões estratégicas.

Orientação para serviço: focar na experiência entregue, e não ao produto vendido, por meio de um conhecimento profundo do seu público-alvo.

Negociação: habilidade para lidar com opiniões diferentes e chegar a uma solução em comum acordo.

Flexibilidade cognitiva: capacidade de imaginar caminhos diferentes para resolver problemas, sair da zona de conforto e se relacionar com pessoas que pensam diferente.

 

 

“As empresas devem criar um ambiente propício à troca de ideias, aceitar mais o erro como uma via construtiva, de aprendizado e crescimento.” Roberta Fonseca

“Colocar o profissional como protagonista da sua carreira e estimular o seu desenvolvimento é papel das empresas que desejam sobreviver ao tempo.” Lízia Borba

Para entender melhor
Escrito pelo psicólogo, jornalista e estudioso das ciências comportamentais Daniel Goleman, o livro “Inteligência emocional”, de 1995, é um dos mais citados sobre o tema. Além dele, Goleman escreveu diversas outras obras sobre o assunto. 

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