Conexão Varejo: de olho nas tendências

Manter-se atualizado quando aos hábitos e comportamentos do consumidor é fundamental para permanecer conectado e útil. Veja algumas tendências apontadas por quem pesquisa o assunto.

Trabalhar com o varejo é ter certeza de que se atualizar constantemente é uma tarefa obrigatória. Com as mudanças na sociedade, na indústria e no comércio acontecendo de forma muito rápida, somente as empresas que se mantiverem atentas e conectadas às necessidades reais do consumidor seguirão relevantes para ele.

Observar as tendências de comportamento e os novos hábitos do consumidor é uma forma de se manter atualizado. Nesse sentido, relatórios e estudos da área, como os produzidos pela escola de negócios StartSe e pela escola de inovação online Descola, podem ajudar bastante nesse trabalho. Conheça algumas tendências apontadas pelos relatórios e saiba os comportamentos que estão embasando as escolhas do seu consumidor.

1. Experiência para todos
Esqueça o fim. O que importa agora é o meio. Ou seja, é a experiência das pessoas durante todo o contato com as empresas a parte mais valiosa de toda a jornada. E engana-se quem pensa que experiência só tem a ver com os clientes, pois ela também é ingrediente-chave no relacionamento com funcionários e com usuários do produto ou serviço. Não adianta vender o produto mais inovador do mercado se a loja tiver um atendimento mediano, corredores apertados, estabelecimento mal organizado ou um site lento, por exemplo. Pensar em todo o caminho mental e físico que a pessoa percorre no seu contato com a empresa e resolver todos os pequenos atritos é o segredo para entregar realmente uma boa experiência para todos os públicos.

2. Self learning e lifelong learning
Nunca tivemos o conhecimento tão acessível como hoje. Quer fazer um bolo? Produzir cerâmicas? Aprender sobre marketing? Meditar? Praticamente qualquer assunto hoje está a distância de um clique. Foi essa facilidade de acesso que estimulou as tendências de self learning (aprender sozinho) e lifelong learning (formação contínua), formando pessoas mais informadas e independentes, além de consumidores muito mais exigentes. Se por um lado esses comportamentos geram desafios para as empresas, elas abrem caminhos na capacitação das equipes, trazendo novos formatos e abrindo a cabeça de muitos profissionais. Como afirma Cláudia Backes, sócia e responsável pela área de sucesso do cliente da StartSe, a única certeza é que não vamos mais poder parar de aprender, e isso tem muitos impactos. “Posições de repetição e que não dependem de muita qualificação tendem a ser as primeiras substituídas pela tecnologia, mas o lado positivo é que profissionais capacitados vão deixar de fazer trabalhos facilmente automatizados e evoluir para resolvedores de problemas, construindo relacionamentos melhores e mais duradouros com os clientes”, destaca. 

3. Empatia
Parece óbvio, mas entender como as pessoas gostariam de ser tratadas e entregar exatamente isso é o que posicionou a empatia como uma tendência. Conforme o relatório da Descola, “a empatia pode ser treinada e desenvolvida a partir de uma série de técnicas como escuta, vulnerabilidade, observação e curiosidade pelo outro”. Ou seja, está diretamente relacionada às habilidades necessárias para colocar a experiência no centro. Não à toa, áreas como Sucesso do Cliente ou Experiência do Usuário estão surgindo aos montes nas organizações. Outra relação sobre a importância da empatia pode ser feita com a inteligência emocional, uma das habilidades centrais dos profissionais do futuro, conforme matéria da edição da Revista Conexão Varejo de janeiro. Para acessar o conteúdo, clique aqui

4. Minimalismo
Apesar de ter origem na área artística, o conceito de minimalismo se tornou um modo de vida e trata de focar no que realmente importa, dispensando extravagâncias e distrações. Expresso hoje no modo de vestir, no consumo, na decoração, essa tendência serve como um contraponto ao excesso e tem ganho cada vez mais adeptos no mundo inteiro, e se reflete inclusive na redução do consumo. Uma prova desse interesse é o sucesso de conteúdos sobre o tema, como a série “Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes”, disponível na Netflix, e os produzidos pela Marie Kondo, uma japonesa especialista em organização pessoal que já vendeu milhões de livros sobre o assunto. Refletida no discurso “menos é mais”, esse é um comportamento que parece ter vindo para ficar.

5. Marketing conversacional
A evolução do marketing, que começou voltado ao produto (1.0), passou pelo foco no cliente (2.0), nos valores (3.0) e se direciona à interação na fase 4.0, foi o que originou o que hoje se chama de marketing conversacional. Criado sobre a evolução tecnológica, ele tem a ver com o uso de inteligência artificial para conversar com o público. Chats automáticos respondidos por robôs são a grande expressão dessa tendência. Com o benefício da experiência personalizada, potencializada pelo big data, a inteligência artificial tem sido avaliada por especialistas como uma força com potencial transformador para todos os setores, e o comércio aparece sempre como um dos primeiros e mais afetados por toda essa transformação.

6. Domínio do mobile
Hoje não basta mais estar na internet, é preciso estar lá no formato certo: o mobile, via smartphones. De acordo com o IBGE, os smartphones são o principal meio de acesso à internet, com 97% das pessoas usando o canal; e quase 43% de todos os pedidos do e-commerce do Brasil em janeiro de 2019 foram feitos via dispositivos móveis, como apontou o mais recente relatório Webshoppers, da Ebit/Nielsen.
A tendência mobile first trata tanto do ambiente do e-commerce como dos marketplaces e das plataformas, e implica tanto ter sites com a arquitetura adaptada para funcionamento nas telas pequenas quanto em conteúdo produzido para elas. Diferentemente dos conteúdos para desktop, o computador comum, os para mobile precisam ter texto mais enxuto, títulos curtos e um design limpo e opções de compartilhamento. 

7. Storytelling
Em tempos de conexão com o lado humano, individual e emocional do consumidor, nada melhor do que contar histórias para construir conexões fortes com ele. A tendência do storytelling busca despertar a empatia, evidenciando a parte humana das empresas e das marcas. Conforme o relatório da Descola, “essa metodologia usa narrativas com momentos altos e baixos, elementos como lugares, pessoas, acontecimentos e conflitos, até a coesão de uma história com começo, meio e fim”. O recurso do Stories, no Instagram, é um formato ideal para desenvolver essa habilidade e trazer características humanizadas à relações que até então eram meramente comerciais.

8. Engajamento do consumidor 
Com uma oferta incontável de qualquer produto ou serviço que o consumidor busque, ele se tornou muito mais exigente, crítico e participativo. A partir disso, o consumidor tem manifestado mais vezes e em mais locais a sua opinião, especialmente quando uma empresa causa algum tipo de desapontamento. No sentido oposto, algumas marcas se tornam tão admiradas que constroem – graças ao engajamento – uma legião de fãs, que atuam como verdadeiros embaixadores. Saber que as pessoas estão cada vez mais engajadas e participativas é básico para quem faz gestão de marcas, e isso precisa ser englobado no dia a dia das empresas.

9. DIY
Do it youself, ou “faça você mesmo”, é um comportamento que pode ser explicado como reflexo do acesso fácil à informação. No dia a dia, ele se traduz na autossuficiência do ser humano e modifica até mesmo a forma de essas pessoas consumirem. Como explica Cláudia, da StartSe, essa tendência pode ser trabalhada pelo varejo combinada com uma estratégia de cocriação. “É fazer com o cliente e não para ele. Parece uma pequena diferença, mas, na prática, a diferença é gritante porque traz o cliente para o jogo e também responsabiliza ele pela criação. Além de o aproximar da marca e aprender o que realmente importa para ele, pois todos os esforços de uma marca que não se refletem em valor percebido pelos clientes não têm sentido de acontecer”, finaliza. 

Veja também

    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre recebe o Prêmio Atena pelo case da FBV

    Veja mais
    Noticias

    Fecomércio-RS se une à banco para impulsionar a retomada econômica no Estado

    Veja mais
    Noticias

    Programação de atividades para as obras do centro nesta semana

    Veja mais
    Noticias

    Final do Co.nectar Aceleta 2024 consagra startups inovadoras no varejo

    Veja mais