Conexão Varejo: “Luxo deve ser nobre, não esnobe”, defende Oskar Metsavaht

Responsável pela fundação e pela direção criativa da Osklen, Oskar comandou uma das mais prestigiadas palestras do Congresso Brasileiro do Varejo, durante a 7ª FBV, e concedeu entrevista exclusiva para a revista do Sindilojas Porto Alegre.

Responsável pela fundação e pela direção criativa da Osklen, Oskar Metsavaht comandou uma das mais prestigiadas palestras do Congresso Brasileiro do Varejo, que ocorreu na 7ª FBV. Com destaque para a pegada sustentável, o empresário contou a história da marca, que completou 20 anos em 2018. Confira abaixo a entrevista exclusiva para a revista do Sindilojas Porto Alegre:

O que motivou a criação da Osklen e por que a sustentabilidade passou a ser um pilar da marca?

Sou médico de formação e sempre gostei de atividades de aventura. Numa dessas ocasiões, tive dificuldade em encontrar a roupa ideal para ambientes muito frios, e resolvi desenvolver. Isso deu origem à ideia da Osklen, que sempre levou em conta a origem das matérias-primas. O incentivo à cadeia de produção do algodão orgânico no País, ainda em 1998, por exemplo, foi um dos nossos primeiros estímulos.

Que iniciativas sustentáveis a marca desenvolve em favor do planeta?

São várias, como o uso da pele de pirarucu, que antes era descartado, em vez do couro bovino, gerando renda a famílias ribeirinhas; do algodão reciclado de resíduos da indústria têxtil; do poliéster eco PET, produzido a partir de garrafas PET recolhidas da natureza; da seda orgânica com casulos rejeitados pela indústria e dos solados feitos com aparas de borracha, resíduos de cortiça e casca de arroz.

Como você explica o conceito de novo luxo, da qual a Osklen faz parte?

O novo luxo representa um estilo de vida compatível com valores de sustentabilidade, unindo ética com estética e respeitando critérios de comércio justo e desenvolvimento sustentável. Na Osklen, buscamos valorizar a matéria-prima de forma que o design interfira o menos possível. Também buscamos agregar valor à produção das comunidades locais. Creio que dedicação cria sofisticação, e sofisticação cria luxo, que deve se nobre, não esnobe. A moda tem que estar a serviço das grandes causas.

Como você avalia que o mercado brasileiro está respondendo à demanda por sustentabilidade dos consumidores?

Falar em sustentabilidade é uma tendência, mas ainda há muito marketing e pouca ação. Nós somos resultado de 200 anos de revolução industrial, então não é de uma hora para outra que essa compreensão vai mudar. Mas hoje o varejo está fazendo muito menos do que a indústria, só que os novos valores da sociedade estão mudando a forma de consumir. É um desafio, mas uma oportunidade de reinventarmos o varejo, pois é um dever nosso como sociedade apoiar e promover produtos de desenvolvimento sustentável.

Qual é o caminho para o pequeno varejo quando falamos em crescimento sustentável?

O lojista é um curador de coisas boas para o cliente e a confiança é peça-chave nessa relação. Por isso, é obrigação da loja ter uma boa seleção de fornecedores com responsabilidades ética e ambiental. E tudo começa por considerar critérios de originalidade, qualidade e sustentabilidade. O varejo tem a obrigação de priorizar produtos e serviços que sejam benéficos para sociedade. Temos que nos orgulhar do que oferecemos nas nossas lojas.

Leia a edição completa da revista Conexão Varejo clicando aqui.

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