Conexão Varejo: Segurança pública sob um novo olhar

Confira entrevista exclusiva com a atual chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Nadine Anflor, que entrou para a História como a primeira mulher a ocupar o cargo.

> O que deve mudar no comando da Polícia Civil com a sua gestão?
Vamos continuar com o excelente trabalho que a Polícia Civil do RS já vinha fazendo, mas com o olhar diferente de uma nova gestão. Nosso maior desafio é melhorar a qualidade do atendimento ao cidadão, dar um suporte cada vez melhor às vítimas. Nós, como servidores públicos, temos que servir à comunidade, então vou procurar resgatar isso dentro da Instituição.

> Na sua opinião, quais os maiores desafios que as mulheres encontram na sociedade hoje?
O fato de eu estar hoje no comando da chefia de polícia representa bem isso. Sabia que seria uma quebra de paradigmas, mas me surpreendeu a repercussão da notícia. Embora nossa Instituição tenha mais de 37% de servidoras mulheres, ainda percebemos o machismo na sociedade. Então o maior desafio é a busca da igualdade. Não queremos nem mais nem menos, só o respeito às nossas escolhas: seja dentro de casa cuidando dos filhos, seja num posto de comando.

> De que forma o comércio, que emprega grande parte das mulheres, pode ajudar nessa situação?
É preciso observar a questão da igualdade, dar o mesmo direito de crescimento, os mesmos salários. Por outro lado, é urgente entender que a violência doméstica é silenciosa, que muitas vezes a mulher não vai trabalhar porque apanhou em casa e tem vergonha de se expor ou até de perder o emprego. Nessa hora, os chefes devem acolher, além de saber interpretar se cada ausência ou desistência pode estar vinculada à violência familiar.

> Como o seu trabalho pode promover a integração das forças de segurança pública para que o cidadão e o empresário se sintam mais seguros?
Acho que já estamos começando. O próprio vice-governador, delegado Ranolfo Vieira Júnior, falou sobre as três vias da segurança pública: investimento, inteligência e
integração, tão fundamental. Sabemos das dificuldades de efetivo, mas tenho certeza de que conseguiremos fazer um bom trabalho, desde que todas as forças atuem
juntas. Também acredito que a participação feminina facilita isso, pois é mais aberta ao diálogo, às ações em conjunto, e é isso que vamos fomentar.

> Que resultados gostaria de deixar como marcas após o final da sua administração?
A qualidade de investigação da Polícia Civil chegou em um patamar muito bom, e isso tem que ser mantido. Evidentemente que temos que buscar melhorar cada vez mais, mas precisamos ter uma integração maior das organizações e uma resposta mais ágil ao cidadão no combate à criminalidade. Essas são duas coisas que eu gostaria de ver no final da minha gestão. Com isso, não tenho dúvidas de que o resto vem.

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