Contra a guerra cambial, redução de impostos
Para compensar a indústria nacional de perdas provocadas pelo real valorizado, a presidente Dilma Rousseff vê a necessidade de desonerações setoriais de impostos. A informação foi dada pelo novo ministro…
Para compensar a indústria nacional de perdas provocadas pelo real valorizado, a presidente Dilma Rousseff vê a necessidade de desonerações setoriais de impostos. A informação foi dada pelo novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
Embora não tenha mencionado os setores que serão beneficiados com um possível corte de impostos, o governo estuda contemplar os mais penalizados com a concorrência dos importados, como móveis, calçados e têxteis. – Vamos tomar as medidas necessárias para proteger a nossa indústria – garantiu o novo titular do Desenvolvimento. – Os setores mais sensíveis terão de receber atenção maior.
Em uma concorrida cerimônia de posse, Pimentel disse que a presidente pôs na lista dos desafios do novo governo o enfrentamento da guerra cambial: – O governo não vai ficar passivo, inerte, assistindo à nossa moeda se valorizando e a nossa indústria sendo prejudicada.
Diante de uma plateia formada por políticos e empresários, Pimentel criticou a carga tributária elevada no país e ainda pregou mais investimentos públicos em infraestrutura, sendo muito aplaudido pelos presentes.
Ao receber o cargo ocupado desde 2007 por Miguel Jorge, o novo ministro cobrou a redução do juro e disse que a tesourada pretendida pelo governo exigirá um esforço de disciplina fiscal, definida por ele como “tarefa de delicada engenharia econômica e política”.
Ontem, o Ministério do Desenvolvimento informou que as exportações em 2010 foram as maiores da história, mas o resultado foi pressionado pela alta nas importações, que somaram US$ 181,6 bilhões, 42,2% mais que em 2009. Com isso, o saldo da balança comercial em 2010 foi o mais baixo desde 2002: o superávit caiu 19,8% ante 2009, para US$ 20,3 bilhões.