Contratação de temporários no Rio Grande do Sul vai ser maior

Chances de efetivação também são maiores, indício de que o setor espera a continuidade da recuperação em 2018

Termômetro do ânimo do varejo para as vendas de final de ano, a contratação de temporários vai voltar a subir este ano no Estado. As chances de efetivação também são maiores, indício de que o setor espera a continuidade da recuperação em 2018.

Pesquisa da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) com 384 estabelecimentos em cinco cidades – Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Ijuí e Santa Maria – mostra que 39,6% das lojas admitem a possibilidade de recrutar funcionários para atender à demanda sazonal.

Em 2016, eram 13,4%, três vezes menor. Em relação ao número de contratados, 17,5% disseram pretender aumentar a quantidade de pessoas chamadas. No ano passado, eram só 7,8%. 

Presidente da Fecomércio-RS,  Luiz Carlos Bohn lembra que, apesar de os números não mostrarem grande entusiasmo, pelo menos há indicação de que, aos poucos, a perspectiva melhora.

– Juros baixando, inflação em queda, câmbio estável. Isso melhora a confiança – avalia Bohn.

O quadro é semelhante em nível nacional. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que neste ano serão contratados 73,1 mil temporários, 10% a mais em relação a 2016.

A justificativa está na projeção de vendas, que devem crescer 4,3%, após dois anos em queda.

Para a CNC, a volta do consumo e custos menores com a reforma trabalhista devem levar a percentual maior de efetivação. Nos dois últimos anos, a taxa ficou em 15%. Agora, deve chegar a 27%. No Estado, a pesquisa da Fecomércio indica que 30,9% dos temporários terão chance de continuar no emprego. Em 2016, só 22%.

A empresária Fabiana Estrela, diretora da Estrela Franquias, franqueadora da rede Caverna do Dino e Barriga Verde, de vestuário infantil, lembra que, em 2016, não houve contratação de temporários. A crise forçou o enxugamento da equipe.

Agora, em média, será de uma pessoa por loja. A rede tem 46 pontos. Em um deles, no centro da Porto Alegre, Ana Claudia Braga e Vanessa Almeida começaram este mês como temporárias.

– Quero mostrar um bom trabalho e, se tiver possibilidade de efetivação, ficar – diz Ana Claudia, que saiu de um emprego na área de telemarketing para voltar ao comércio como caixa, mas antes viveu por cerca de um ano o drama de ficar sem trabalho.

– Vou me esforçar ao máximo para que aconteça a efetivação – repete a consultora de vendas Vanessa, que antes tentou a sorte com um negócio próprio.

Fonte: Zero Hora

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