Copom mantém taxa de juros em 13,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, sem viés, interrompendo a seqüência de elevações iniciada em abril. A posição unânime levou em conta o…

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, sem viés, interrompendo a seqüência de elevações iniciada em abril. A posição unânime levou em conta o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, em ambiente de maior incerteza, conforme a nota divulgada pelo Banco Central ao final do encontro de dois dias, em Brasília. A decisão era aguardada por uma parcela de analistas, que avaliam como mais prudente aguardar mais indicadores sobre os rumos da economia mundial para estimar qual será o impacto no mercado interno. Os motivos para a decisão do Copom serão conhecidos semana que vem, quando será divulgada a ata da reunião. A reunião de outubro – penúltima do ano – era apontada como a mais difícil. “”A decisão do Copom de outubro é das mais difíceis dos últimos tempos, senão a mais difícil, dada a complexidade de traçarmos cenários em um ambiente conturbado como o atual””, interpretaram os profissionais do banco Fibra Maristella Ansanelli e Flávio Mendes. O agravamento da turbulência global nas últimas semanas fez com que aumentasse a cotação do dólar e, conseqüentemente, a pressão sobre os preços de produtos importados. Assim, a moeda norte-americana se transformou em mais um item a ser dosado na batalha do BC para conter a inflação. Um grande número de analistas aposta que o dólar deve se estabilizar em patamares abaixo de R$ 2,00. “”No nível de R$ 1,80 a R$ 2,00, a moeda norte-americana não pressiona a inflação””, estima o professor da Trevisan Escola de Negócio Alcides Leite.

Na reunião do mês passado, o BC havia se mostrado dividido. Parte da diretoria acreditava que era hora de suspender o aumento dos juros e esperar para ver se a crise não iria afetar o crescimento e o crédito no País. A maioria decidiu, no entanto, que era preciso manter o aperto nos juros, de olho na inflação.

Crédito já sente efeito de aumento na taxa, dizem entidades
As entidades empresariais reiteraram a necessidade de redução da taxa básica de juros para evitar a recessão e afirmaram que a restrição do crédito já tem efeito de desacelerar a economia e segurar a inflação. “”O mundo se desdobra na intenção de restabelecer níveis adequados da atividade econômica. Evita-se, a todo o custo, a recessão. Para isso, o bom funcionamento do sistema de crédito é ação fundamental””, defendeu a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), em nota. “”A manutenção da Selic em 13,75% ao ano deve ser bem recebida pela sociedade brasileira, desde que seja vista como o início de um processo de queda continuada dos juros, fator essencial à retomada do crédito evitando assim uma maior freada da atividade econômica””, afirma o presidente Paulo Skaf. Para o dirigente da Federação das Indústrias gaúcha (Fiergs), Paulo Tigre, os juros continuam muito altos, interferindo na competitividade do setor produtivo e o cenário poderá ser agravado com os desdobramentos da crise mundial financeira, principalmente a partir de 2009.

Nos Estados Unidos, Fed diminui juros para 1%
O Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) decidiu ontem diminuir sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004. O banco já havia reduzido a taxa no dia 8, de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs. Um dia antes da medida emergencial, o presidente do banco, Ben Bernanke, havia dito durante o encontro anual da National Association for Business Economics (Nabe), entidade norte-americana que reúne economistas dos setores público, privado e acadêmico, que o cenário econômico do país havia piorado e que os problemas poderiam se prolongar.
Com esse cenário, Bernanke disse que o Fed teria de avaliar se a política de manutenção da continuaria apropriada. O banco reduziu o juro para 2% em abril e manteve-a nesse patamar em junho, agosto e setembro. “”A combinação dos dados econômicos recentes e dos desenvolvimentos financeiros sugerem que a perspectiva para a expansão econômica piorou e os riscos de baixa para o crescimento aumentaram””, disse Bernanke, à época. Quando o Fed se reuniu em setembro, o banco de investimento Lehman Brothers já havia quebrado. O banco não conseguiu obter financiamento para suas operações junto a outras instituições privadas nem junto ao governo.

China reduz taxas bancárias em 0,27 ponto percentual
A China reduziu em 0,27 ponto percentual as taxas para empréstimo e depósitos em yuan de um ano. A taxa para empréstimo foi reduzida de 6,93% para 6,66% e a de depósito passou de 3,87% para 3,60% ao ano. A taxa para depósitos de três anos foi reduzida em 0,36 ponto percentual e a de cinco anos caiu em 0,45 ponto percentual. Os cortes valem a partir de hoje. Esta é a terceira vez que a China reduz sua taxa de referência para empréstimos desde setembro.

Veja também

    Noticias

    Nervos de aço: como lidar com os sentimentos frente às tragédias

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas Porto Alegre marca presença na maior Feira de inovação da América L...

    Veja mais
    PesquisaNoticias

    Resultados de vendas do Dia das Crianças: quase 20% dos lojistas venderam mais

    Veja mais
    Noticias

    Sindilojas POA é apoiador da 25ª Construsul

    Veja mais