Crédito: analistas esperam alta da Selic para 14% a.a.; confira impacto no seu bolso
A partir da terça-feira (28), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para determinar a nova taxa básica de juros. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira…
A partir da terça-feira (28), o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) se reúne para determinar a nova taxa básica de juros. De acordo com o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (27) pelo BC, a aposta dos economistas é de que a taxa suba para 14% ao ano, ante a atual de 13,75%. Caso esta previsão se consolide, os consumidores brasileiros pagarão uma média de 7,48% ao mês em juros, contra 7,46% a.m. atuais.
O cálculo, divulgado nesta segunda-feira (27) pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), mostra que os juros do crédito para pessoa física ficariam 0,02 ponto percentual maiores, em todas as seis modalidades analisadas, com o aumento na taxa básica de juro em 0,25 ponto percentual.
O destaque fica com o cartão de crédito, em que os juros passariam de 10,46% ao mês para 10,48% a.m. A menor taxa cobrada, por sua vez, ficaria com o crédito direto ao consumidor dos bancos (CDC bancos), que passariam de 3,19% a.m. para 3,21% a.m.
Impacto no bolso
A alta na taxa básica de juros elevaria em diferentes proporções o valor da parcela de um crédito ao consumidor. No caso do CDC bancos, que possui os menores juros, na compra de um veículo em 60 meses, a parcela ficaria R$ 3,94 mais cara, o que representa mais R$ 236,40 ao final do financiamento.
Já no caso do empréstimo pessoal com financeiras, no valor de R$ 500 por 12 meses, haveria uma elevação de apenas R$ 0,08 na parcela, ou R$ 0,96 no total. Neste caso, o aumento da Selic faria com que os juros passassem de 11,48% ao mês para 11,50% ao mês.
Expectativa do setor
Para o fechamento do ano, a expectativa, segundo o relatório do Banco Central, é de que a Selic chegue a 14,25% a.a.
Para o vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, a atitude [de nova elevação], apesar de esperada, será inoportuna e equivocada, dado o cenário econômico atual. “”””A grande volatilidade na Bolsa de Valores e no câmbio, o enxugamento da liquidez, a escassez do crédito, a forte desaceleração econômica mundial que se inicia, bem como a fuga de capitais representam perigo à vista e, assim sendo, não é o momento de jogar lenha na fogueira, trazendo mais instabilidade ao mercado””””, disse ele.
Segundo Oliveira, este seria o momento de o BC ousar, a exemplo de outros bancos centrais ao redor do mundo, que reduziram a taxa básica de juros, mesmo com o risco de uma inflação maior.