Crédito para empresa cai ao nível de 2004

Os financiamentos liberados para empresas recuaram para o menor patamar em mais de dez anos, quando só começava o mais recente ciclo de expansão no crédito. Os motivos foram desde a queda nas vendas e a alta nos estoques -consequências da recessão- até a falta de confiança para novos investimentos diante da crise e a desestruturação dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, um dos que mais demandavam crédito, após a Lava Jato.

Os financiamentos liberados para empresas recuaram para o menor patamar em mais de dez anos, quando só começava o mais recente ciclo de expansão no crédito. Os motivos foram desde a queda nas vendas e a alta nos estoques -consequências da recessão- até a falta de confiança para novos investimentos diante da crise e a desestruturação dos setores de óleo e gás e de infraestrutura, um dos que mais demandavam crédito, após a Lava Jato.

Também pesou para o freio o aumento dos juros. A taxa do capital de giro, por exemplo, subiu de 30,2% para 47,1% de janeiro a novembro, segundo o Banco Central. No ano passado, os bancos concederam R$ 1,332 trilhão em empréstimos para pessoa jurídica com juros de mercado (sem contar BNDES e demais linhas subsidiadas) até novembro, de acordo com o BC. É menos que o R$ 1,378 trilhão de todo o ano de 2004 após atualização pelo IPCA. Mesmo se dezembro surpreender, não deve superar o R$ 1,525 trilhão de 2005.

Além da queda na demanda, os bancos negaram crédito para muitas empresas a fim de atender regras internas de gerenciamento e diversificação de risco. Quanto mais empréstimo feito a áreas consideradas "sensíveis", mais recursos são retidos para formar as provisões contra eventuais calotes. Mesmo companhias distantes da Lava Jato -incorporadoras, metalúrgicas, fabricante de móveis e autopeças, além de micro e pequenas empresas em geral- tiveram crédito negado, porque já tinham tomado muito empréstimo nos anos anteriores.

Os poucos segmentos preservados foram o agronegócio e os voltados à exportação, que reagiram principalmente no segundo semestre. Entre as saídas encontradas por Banco do Brasil, Bradesco e Itaú para incrementar o crédito foi financiar a rede de fornecedores de grandes empresas. Nesse caso, a líder garante os pagamentos dos fornecedores com base nos pedidos feitos ou previstos.

A vantagem é que o fornecedor, geralmente empresa pequena, passa a ter acesso aos juros de uma grande. E o banco se livra do risco da pequena, que demanda maior provisão para perdas de crédito. Isso ocorreu nos setores de laticínios, moveleiro, têxtil e varejista.

No passado, era comum essas empresas tomarem dinheiro emprestado para repassar aos fornecedores, assumindo o papel de banco. A própria Petrobras faz isso com a rede de mais de 20 mil fornecedores cadastrados.

Fonte: Folha 

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